quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

QUE OS NOSSOS VOTOS PERCORRAM O MUNDO INTEIRO



SOMOS UM GRUPO DE BLOGUEIRAS/OS QUE ESCREVEMOS EM CONJUNTO ESTA MENSAGEM QUE ENCERRA OS MELHORES VOTOS PARA 2011.

GOSTÁVAMOS QUE ELES FOSSEM PARAR, SE POSSÍVEL, A CADA UM DOS CONTINENTES, NUMA ONDA DE PAZ, SOLIDARIEDADE E SOBRETUDO AMIZADE.

QUE CADA UM AO LER AS LINHAS QUE SE SEGUEM AS PASSE A OUTROS AMIGOS, E ESTES AINDA A OUTROS ... PARA QUE DE MÃO EM MÃO ATINJAMOS O NOSSO OBJECTIVO.

ÀS PESSOAS QUE NOS RECEBEREM NA EUROPA, ÁSIA, AFRICA, AMÉRICA E OCEANIA, PEDIMOS QUE NOS DÊEM REFLEXO DISSO, PARA QUE TENHAMOS A NOÇÃO DO QUÃO LONGE FOI A NOSSA MENSAGEM.

BOM ANO 2011

lICAS

Está a terminar mais um ano no qual se viveram sonhos, alegrias, tristezas, sorrisos, vitórias, conquistas, desânimos e muito mais.
Foi o viver ao máximo cada momento, para que hoje possamos dizer-lhe adeus com emoção-
É hora de pensarmos no próximo 2011 e
que nele possamos realizar os nossos projetos com saúde e determinação.
O Ano Novo oferece-nos um recomeço e é seguramente uma oportunidade para deixar no passado, tudo o que dele não nos convém, não nos serve ou não nos dignifica. Deitemos então fora tudo o que não presta, tudo o que não queremos na nossa vida.
Tudo o que for possível para reinventar, que o façamos com alegria, projectando-nos no outro, estendendo a nossa mão quente de certezas a quem a tem fria...
E... CORRIGIR OS ERROS, TENTANDO DIA-A-DIA DEPURAR AS QUALIDADES DO SER, PARA QUE O MUNDO... se olhe a si próprio. E agora, Ano Novo, também ano Onze, que és número primo e capicua, escuta: Vou ali acima buscar umas mãos frias, com elas pego nas tuas para o caminhar que nos espera. São doze meses de um andar lado a lado. Não esperes pelo fim para aqueceres as mãos frias, pelo menos amorna-as já!

Não sei se de um primo vem bom casamento, mas como és capicua, diz a gente do meu povo que poderás ser número de boa sorte. Como sou pedaço de povo, embora pequeno, não te peço que a sorte que tenhas para dar seja assim tão grande. Apenas quero que me dês um mundo sem crianças a chorar de fome. Se achas que é pedir muito, ficas já saber que te riscarei do meu calendário, irei procurar outro primo, assim mais ao jeito da gente.
Não queres? Então diz lá como vai ser mas... não te permito deslizes iguais a tantos outros de anos anteriores. Desastres já tivemos muitos. Maus políticos nem é bom falar. Peço-te, encarecidamente que nos tragas a lucidez aos homens e abundância de recursos para mitigar e ... deixarmos a esperança entrar no nosso coração! deixarmos que momentos nos gravem a felicidade, para que quando entrarmos em 2012 digamos adeus a 2011 com saudade! as palavras que escrevemos que continuem a selar a emoção, a emoção com que abrimos os braços ao novo ano que chega como quem deita acima um feixe de espigas, carregando aos ombros um novo tempo por onde o nosso coração vai fazer caminho que queremos bordado por alegrias e que as lágrimas sejam levadas pelo vento
Que deixes os olhos brilharem reflectindo a luz das estrelas, faz com que os lábios sorriam porque os homens conseguiram encontrar o amor, a ternura, a compreensão, a bondade,nascendo como se fossem flores campestres que floriram naturalmente.
E tal como as flores que florescem naturalmente que natural seja o teu "saber" para o saberes distribuir. Que brilhes tanto, que os homens sejam obrigados a fechar os olhos para pensarem, e do seu pensar nasça um mundo novo, com novas fronteiras, tecidas em tecido de esperança e bordadas com linhas de paz. Podem ser debruadas com várias cores que a todos agradem e já agora que sejam rematadas com carinho, que a todos chegue na hora certa, sem medida e sem espera de recompensa. Que todos estejamos abertos a novas amizades, mas que saibamos conservar as antigas, como relíquias intocáveis para que possamos fazer do Mundo um Mundo melhor.
Que as pequenas coisas, como o ódio, a inveja ... sejam paradas no momento do seu nascimento.
Que o perdão e a compreensão superem as amarguras e desavenças e que façamos de cada dia um dia melhor, cheio de sorrisos e de sol, para termos um amanhã diferente.
Os tempos são diferentes! E nós, que acompanhamos os tempos, estamos sujeitos e aprisionados às modas e aos modos de viver e sentir as manifestações de cada época, de cada ano.
Façamos a nossa reflexão no virar de 2010 e estejamos todos cheios de atenções, preocupações e muito humanismo à mistura.
O mais importante é sermos mais nós e estarmos atentos às nossas mudanças, enquanto o mundo muda também.
Que 2011 seja manso no arranhar da dor, farto no amor e abundante na tolerância e na aceitação do frio e do calor, da chuva e da lágrima, do riso e da gargalhada.
Que os nossos sonhos tenham raízes na solenidade deste começo, vivido com distância, discernimento, lucidez para relativizarmos o que é relativo, desdramatizarmos o que é aparentemente trágico e entoarmos a esperança no coral das nossas almas vitoriosas, que se levantam e gritam a uma só voz que está dentro de cada ser humano a força necessária para iniciarem um novo caminho, onde haja perdão, amor, união e um sorriso para todos.
Que o 2011 seja o ano de grandes descobertas interiores, que tenhamos coragem de seguir a nossa intuição, de viver e manifestar aquilo que somos e nos faz feliz e deixar para trás as nossas programações que muitas vezes nos fazem sofrer.
Que 2011 seja o ano do verdadeiro Amor, para sermos capazes de viver em verdadeira união com a nossa essência divina e descobrimos que cada um tem uma missão a cumprir para que um mundo novo renasça mais forte, mais justo,mas que se repitam também no novo ano os momentos de calor, afecto e felicidade que nos aqueceram no ano que acaba.
Num ano(2011) que se prevê muito difícil em Portugal, que haja força
em cada um de nós para superar e ajudar os que estiverem pior que nós. Que seja um ano de luz em nós...Que o branco possa preencher
a nossa alma,para podermos ver essa luz que existe dentro de nós e reconhecermos finalmente que todos somos seres divinos e que todos merecemos ser respeitados e felizes.
Que 2011 nos dê a sabedoria para unirmos a nossa mente ao nosso coração e assim podermos viver mais em função do SER do que do TER, valorizando o que o “velhinho”, com 365 dias, apesar de tudo nos proporcionou de bom. Algumas saudade,s o Ano Velho deixará, por certo; mas o seu substituto, o Ano Novo, tão pequenino, tão frágil, tão necessitado de protecção, precisa ser tratado com muito Amor e carinho, depositando nele a Esperança de que venha a ser o Melhor Ano de Sempre, para o que nos angustia, se possa transformar em alegrias conquistadas com determinação e entusiasmo.
Nem sempre as profecias se cumprem... e, a união faz a força. Se todos remarmos para o mesmo lado, o barco da vida avançará com a mesma tranquilidade de sempre e poderemos então ser mais felizes. Recebermos com os braços abertos e um sorriso nos lábios o novo ano e tratá-lo com toda a delicadeza em cada momento...e que cada momento seja o de um gesto tão simples como o de sermos solidários e fraternos.
Que essa sinceridade nasça pequenina como o ano novo, para que passo a passo, dia a dia, vá fortalecendo as suas raízes onde deverão abundar sabedoria, paciência, determinação, ternura e uma luz renovada que brilhe nos corações dos homens e que a felicidade não paire só no ar, que envolva principalmente as crianças, que estas se sintam permanentemente respeitadas, amadas e cuidadas.
E que o Mundo Informático em todas as suas vertentes, deixe as estradas do desconforto, da má língua, do despudor, da intriga, da inveja e se transforme na Grande Auto-Estrada da Harmonia, da Cultura, da Educação, dos Valores e Bons Costumes.
Que todos nós sejamos os Arautos da Paz e da Consciencialização.


A TODOS UM BOM 2011 Licas, Teresa Hoffbauer, Ná, Acácia Rubra,Manuela Freitas, Carlos Albuquerque, Tité, Gisela,Graça Pereira, Isabel, Maria Teresa, Quica,Mª José Areal, Canduxa, Gabi, Irene, Mariazita, Silenciosamente ouvindo

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E NESTE FIM DE ANO QUE TAL OUTRO DESAFIO?



Pois é Caros/as Amigos/as

Vamos tentar escrever em conjunto o maior e mais quente postal com os votos para o Novo Ano de 2011?

Gostava que aderissem com o mesmo entusiasmo que no Natal, para que no final fizessemos circular esses votos por um grande número de blogs e assim fazermos do Dia 1 , um DIA VERDADEIRAMENTE UNIVERSAL.

Vamos a isso?

Cada um terá apenas que ler os comentários que o precedem e escrever o seu de modo a continuá-los, evitando as repetições.

As frases poderão ser elaboradas, para dar mais corpo à mensagem, mas nunca de forma exagerada.

A última frase deverá ser inacabada para dar a "deixa" à próxima


Eu vou começar e espero sinceramente por vós.


CAROS AMIGOS DO MUNDO BLOG

ESTÁ A TERMINAR MAIS UM ANO NO QUAL SE VIVERAM SONHOS, ALEGRIAS, TRISTEZAS,SORRISOS,
VITÓRIAS, CONQUISTAS,DESÂNIMOS E MUITO MAIS.

FOI O VIVER AO MÁXIMO CADA MOMENTO, PARA QUE HOJE POSSAMOS DIZER-LHE ADEUS COM EMOÇÃO.

É HORA DE PENSARMOS NO PRÓXIMO 2011 E ... (fica para que cada um continue)





TERMINARÁ NO DIA 30 ÀS 18 HORAS, PARA QUE POSSÁMOS PASSÁ-LO PARA "FORA DE NÓS" NO ÚLTIMO DIA DO ANO.


Bom trabalho
Beijocas
Licas

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL


“Nesta noite de Natal...

Fecha os olhos,

Faz uma oração

Agradece tudo o que Deus faz por ti, incluindo permitir que acredites na Amizade.

Eu sou uma dessas amigas e por isso estou aqui para desejar-te:

- Feliz Natal e que 2011 seja um ano repleto de sucessos, pessoais, familiares e profissionais. e dizer-te:

No meu presépio, está lá uma cadeira com o teu nome .

Um abraço Amigo

Licas

domingo, 19 de dezembro de 2010

SURPRESA

QUE O ESPÍRITO DE NATAL ENCHA HOJE O VOSSO LAR.
SOBRETUDO O ENCHA MUITÍSSIMO DEPOIS DAS FESTAS E DOS PRESENTES SE IREM


Caros Amigos, Companheiros Blogueiros

Quando todos os dias se cruzam comigo casos gritantes de pobreza, não me sentia com coragem de festejar o Natal esbanjando dinheiro em presentes mesmo que esses fossem adquiridos com todo o carinho para mimar os meus amigos e familiares.

Assim, permiti-me transformá-los em presentes solidários, que mitigassem o sofrimento daqueles que não conseguem sorrir nesta época do Natal.
Contudo para que os meus Amigos e Familiares continuassem a estar presentes no meu pensamento, personifiquei esses PRESENTES SOLIDÁRIOS, com o nome de cada um.

Essa é a razão porque o cartão em anexo tem os vossos nomes ...

CARLOS ALBUQUERQUE - 1º CLASSIFICADO
QUICA - 2ª CLASSIFICADA
CANDUXA E GRAÇA - 3ªS CLASSIFICADAS

TERESA, GISELA, RITA ROSA, TETÉ, ISABEL - DEMAIS CONCORRENTES

MANUELA FREITAS, MARGARIDA, PALAVRAS SOLTAS, MARIA TERESA, MARIAZITA, ROSA MARIA, ISABEL ANDRADE, ACÁCIA RUBRA, ROGÉRIO, GABI, FÁTIMA ANDRÉ - VOTANTES NÃO CONCORRENTES

NOMES ESTES QUE PARTIRAM HOJE PARA MOÇAMBIQUE, LEVANDO CADA UM MAIS UMA MALETA DE MEDICAMENTOS.

Espero gostem e entendam este presente, que, como qualquer outro, vos leva a minha amizade com os Votos de um Santo Natal e que 2011 vos deixe continuar a sorrir, não apenas nesta data, mas nos 365 que o compõem.


Um abraço

Isabel


sábado, 18 de dezembro de 2010

O PRÉMIO

CAROS AMIGOS ...

AGORA CHEGOU A MINHA VEZ.
Com toda a alegria e amizade peço:



Já passaram 24 horas após terem sido conhecidas as votações e eleitos os vencedores.
Todos tivemos tempo para digerir a situação e agora temos que passar à fase seguinte:

PRÉMIOS

Tomei uma decisão e espero que a entendam como mais uma forma de unir "esta família". Pensei que nada melhor do que congregá-los a todos, independentemente do lugar ocupado, em torno de um mesmo objectivo.

É isso que vou fazer, como forma de agradecimento pelo entusiasmo e o carinho com que fui envolvida e para premiar TODOS OS ESTILOS, TODA A CRIATIVIDADE E SENSIBILIDADE.

Junto também aqueles que vieram votar e dar o seu incentivo e entusiasmo à iniciativa.

Esperem por mim amanhã à noite ou 2ª feira pois colocarei aqui a minha surpresa.
Até lá, peço-vos que recolham os vossos certificados de participação. Levem-no, completem-no e coloquem no vosso blog com toda a minha amizade e reconhecimento

LICAS

Mais uma vez o meu apertado abraço

LICAS

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

AQUI ESTÃO OS RESULTADOS!



ALÔ CHEGUEI!

SOU O PAI NATAL E VENHO ANUNCIAR OS TRÊS PRIMEIROS CLASSIFICADOS NO CONCURSO : CONTOS DE NATAL 2010.

Antes de mais parabéns a todos os concorrentes.
Cada um com a sua forma de escrita e com a sua sensibilidade, conseguiu animar este blog e sobretudo provar que estes espaços (blogs) não são como muitos pensam, locais fúteis, de má língua e sem nível.
Quando se quer, a elevação fica patente, a cultura e o bom senso presentes.
Por tudo isto o MEU GRANDE ABRAÇO

Vamos então a saber:

1º lugar: CARLOS ALBUQUERQUE - 94 PONTOS

2º LUGAR: QUICA - 72 PONTOS

3º LUGAR: GRAÇA PEREIRA E CÂNDIDA RIBEIRO COM 52 PONTOS


.


E depois de tudo isto e sem com o que vou dizer a seguir tire qualquer brilho a este momento, gostaria de expressar o que penso...

Será que num concurso como este, é razoável que os concorrentes votem no seu próprio trabalho, sobretudo com a pontuação máxima?

No meu entender tal não deveria acontecer.

Mesmo assim gostava que se manifestassem, pois posso acreditar ser eu que estou enganada.
Fico a aguardar as vossas opiniões, mas sejam quais forem, não gostava que este ponto tirasse o mérito e o sucesso deste concurso e dos seus concorrentes.

Bem-Haja a todos!

LICAS

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Caros Amigos

Terminou há cerca de 3 horas a votação para avaliar os Contos de Natal.

Tal como prometi, vou apresentar os concorrentes, associando-lhes o conto apresentado:

CONTO Nº 1 – O SABOR DA NEVE - TERESA MALHEIRO DIAS (PSEUDÓNIO) –
Teresa da ematejoca-ematejoca.blogspot.com/

CONTO Nº 2 – A QUINTA –
LICAS
Isabel da licas-ontemehoje.blogspot.com

CONTO Nº3 – UMA PRENDA DE NATAL –
Isabel do sletras - bc-beblogspotcom.blogspot.com/

4 – CONTO Nº 4 - O PRESENTE
Rita Rosa – vidarteira.blogspot.com

5 – CONTO Nº 5 - CRESCER
Gisela – ospoemasdagi.blogsp

6 - CONTO Nº 6 - A MAIS BELA PRENDA DE NATAL -
1mundocolorido-blogspot.com

7 - CONTO Nº 7 - As BOTINHAS DE NATAL
Graça Carvalho -.zambezianachuabo.blogspot.com

8 - CONTO Nº 8 - O NATAL DA TIA
Téte - pequenoquiproquo.blogspot.com/

9 - CONTO Nº 9 - O SORRISO
Carlos Albuquerque - conversasdaquiedali.blogspot.com/

10 - CONTO Nº 10 - O MENINO JESUS AFINAL, TAMBÉM É AVÔ
Quica - santitatis.blogspot.com

E atribuidos os nomes respectivos, vou procurar rapidamente encontrar os três primeiros classificados.

Antes porém, quero agradecer MUITO todo o empenho e entusismo colocado neste desafio e desejar que cada um continue a vibrar com as diferentes iniciativas e a contribuir para que estes espaços estejam ao serviço da Paz, da Concórdia do Convívio e da Cultura.

Bem-Hajam por terem alegrado o meu blog e parabéns a todos.

Um abraço
Licas

domingo, 12 de dezembro de 2010

10º E ÚLTIMO CONTO

SÃO 10h 29min DO DIA 15/12/2010.
ÀS 14 PESSOAS QUE JÁ VOTARAM AGRADEÇO MUITO
ÀS RESTANTES LEMBRO QUE O PERÍODO DE VOTAÇÃO TERMINA NO DIA 16 ÀS 17H.
APAREÇAM E NÃO SE INFLUENCIEM PELAS VOTAÇÕES UNS DOS OUTROS.




Caros Amigos
Tenho que fazer aqui um reparo, pois em boa verdade este conto é posto a concurso um pouquinho fora de prazo, mas posso explicar.

Há muito eu tinha como mail actualizado o seuinte: isabel.laecabel@iol.pt, mas a dada altura mudei para o actual 44isabelmendes@gmail.com.

A autora deste texto não se apercebeu deste novo mail e enviou o conto para o primitivo, ao qual nunca mais fui.
Alertada para o facto, fui verificar e realmente no dia 6 tinha chegado o referido conto.
Como não quero que ninguém fique de fora e porque tenho a certeza da vossa compreensão, aqui o transcrevo.
Obrigada

10º CONTO - O MENINO JESUS TAMBÉM É AVÔ!

Foi há muito tempo, tanto que alguns pormenores fogem à minha memória, mas o acontecimento que marcou as minhas emoções, esse ficou guardado na minha memória.
Era dia 8 de Dezembro. No Colégio era dia de grande festa, o que queria dizer que haveria doce à sobremesa e chupa à saída do refeitório.
Algumas de nós depois do almoço, teriam as famílias à espera para nos levarem a dar um passeio. Outras, sem tanta sorte, teriam uma tarde diferente. Com um bocadinho de sorte, iríamos ver um filme na sala da televisão. Assim foi! O filme era com a Shirley Temple e contava uma história de Natal!
Eu, no fim dos meus 8 anos, absorvi aquela história cheia de magia, de boas intenções, de corações solidários e de crianças que miraculosamente encontravam família e prendas no sapatinho, com que nem sonhavam...Ainda vejo com os meus olhos das recordações, o casaquinho vermelho que aquela menina da minha idade tinha recebido do Menino Jesus, só porque "pedira com muita vontade, acreditava no Natal e se tinha portado muito bem!"
Aí estava o que eu ia pedir! Um casaco vermelho, com um "garruço" e umas luvas brancas.
Comecei então a fazer o que a menina tinha feito! Primeiro escrevi uma carta ao Menino Jesus, onde pedia o dito casaquinho mais os adereços. Cheia de "acreditações" fui pô-la no presépio que nessa manhã tínhamos feito ao fundo das escadas. Ao lado dela, já estavam outras tantas, cheias de pedidos fervorosos. Prometi ali, aos pés da mãe de Jesus (o Jesus ainda não tinha nascido) que me iria portar muito bem. (até ao Natal, claro) E assim foi.
Portei-me tão bem, que as Irmãs do colégio e mais tarde em casa durante as férias, as pessoas pensavam que eu estava doente, tal era a minha transformação.
Chegou a noite da Consoada e o meu coração já não conseguia aguentar de tanta espera pela prenda que levou àquele comportamento tão "doentio". Havia um grande saco, cheio de prendas, das quais algumas para mim. Mas o dito casaco, não apareceu! Fui para a cama desgostosa e a magicar no que teria acontecido!
Era muito, muito de noite, quando fui por no presépio um bilhetinho, onde perguntava ao Menino Jesus porque é que não tinha tido o "meu presente" se tinha feito tudo o que era preciso! No dia a seguir, para meu espanto, tinha no presépio, uma carta do Menino Jesus! Abri-a com os dedos a tremer e li então que o Menino Jesus não me tinha dado o casaco vermelho, porque já não havia mais tecido vermelho no céu, mas que no natal a seguir, eu seria a primeira a ter um casaco como o que queria!
Mais tarde, no meu quarto, reconheci a letra da carta. Era a letra do meu avô! Compreendi então aqueles segredinhos que andavam pelo colégio... Mas, não disse nada. Guardei a carta que com tanto amor e preocupação o avô escreveu e no Natal seguinte, lá apareceu o casaco, mais o garruço e as luvas.
É uma das recordações mais doces que guardo do Natal, porque me ensinou que há sempre um Menino Jesus ao pé de nós que às vezes tem o nome de Avô, de Mãe, de Madrinha, de Irmã... e que nos faz acreditar que nada é impossível!

OS ÚLTIMOS TRÊS CONTOS A CONCURSO

CONTO Nº 7 - AS BOTINHAS DE NATAL
Era véspera de Natal e a jovem baronesa chegou às portas do Paraíso e bateu altivamente:
-Truz, truz!
Demoravam a atender… por certo não sabiam que era ela! A rainha de todas as grandes estreias, ela a quem os autores das peças ofereciam sempre o melhor camarote como se o sorriso da baronesa fosse um talismã para um grande êxito.
Via a fila engrossar cada vez mais e a porta sem se abrir… Não, não iria esperar indefinidamente na fila das colocações do céu, nem pensar nisso! Ela até trazia uma carta de recomendação…
Bateu de novo:
-Truz, truz!
Finalmente abriram-lhe a porta. Apareceu-lhe um santo com uma barba digna de um cantor de ópera.
Ao acaso chamou-lhe São Pedro – ele trazia consigo um molho de chaves – e explica-lhe o seu caso. Traz uma carta de recomendação consigo e tirando de uma bolsa último grito da moda umas botinhas cor-de-rosa às quais estava preso um sobrescrito lilás imensamente perfumado, entrega-as ao santo.
Todos os natais a baronesa fazia botinhas em lã, mais de cem, para a obra a que dava assistência e tinham-lhe prometido como recompensa uma boa plateia da frente, no céu.
São Pedro examina a botinha que acha perfeita, mesmo amorosa, porém, a fila à porta do Céu tinha aumentado: era a azáfama de todos os natais. Alguns tinham pago bem caro o direito a ter um lugar no céu. Disse à baronesa:
-Tem de esperar mais um pouco… bem vê…
-Com certeza mas só se for num lugar aquecido é que lá fora está um frio de rachar!
São Pedro concordou.
A baronesa ficou num largo corredor onde passavam muitas nuvenzinhas brancas. Um anjinho que rodava à volta dela veio trazer-lhe uma braseira.
-Obrigada lindo bebé, como te chamas?
-Eu sou a alma de uma criança, das muitas para quem a senhora fazia muitas botinhas no Natal.
A baronesa espreitou o largo corredor a ver se São Pedro já a viria atender… Por ali passava um cortejo de virtudes: os santos, os ascetas, os sacrificados com mortificações, aqueles que apresentavam os joelhos gastos pelas orações… Era óbvio que toda aquela gente lhe iria passar à frente…
Com o sobrolho carregado e gestos castigadores, São Pedro entra no corredor e chama o anjo de serviço e diz-lhe:
-Leva a baronesa para o Inferno!
As nuvens brancas abrem-se numa enorme cratera para lançarem a baronesa para o Diabo!
Nisto, vários anjinhos, todas as crianças a quem a baronesa fizera milhares de botinhas e a quem dera assistência na Obra, fizeram uma roda à volta da baronesa que volteava no espaço, tal como numa valsa estonteante…
A baronesa perguntava:
-E agora?
-Estás presa ao céu por milhares de botinhas que tricotavas e oferecias às crianças pobres pelo Natal. É que tudo o que se faz de bom a favor dos outros fica registado no livro da vida e nada se perde.


8º CONTO - O NATAL DA TIAApertou o blusão de cabedal preto e saiu do apartamento. Chovia. Na noite escura e mal iluminada por candeeiros de luz tremeluzente, a figura alta, esguia e vestida de negro de Luisa confundia-se com as sombras. Ao entrar no carro, pousou no banco do pendura o enorme saco que transportava na mão. Não se via vivalma na rua, mas à medida que foi avançando para o centro, a cidade ganhou cor com as lâmpadas coloridas que ornamentavam árvores e postes com os enfeites natalícios. O movimento era praticamente nulo, conduzia lenta e tranquilamente na direcção da casa da tia Magui, relembrando aquela primeira consoada, mesmo decorrida mais de uma década.
Tinha então 14 anos e mal conhecia a tia, que encontrara apenas esporadicamente em criança. Nesse ano, os pais tinham viajado em negócios para Nova Iorque e por lá tinham ficado, para evitar idas e vindas inúteis de avião. Sentia-se acabrunhada, não porque sentisse a falta deles – aliás, nunca celebravam o Natal conjuntamente, nem participava nas faustosas recepções que a mãe promovia, primeiro porque era pequenina, depois porque ia atrapalhar com as suas infantilidades, por último porque era desengonçada – mas porque preferia ter ficado sozinha no seu quarto, como de costume. “Mais vale só...”, repetia para si própria! Comemorar o quê?
Assim, quando Magui abriu a porta encontrou uma adolescente espigada e de cenho franzido, vestida de negro dos pés à cabeça, como se fosse uma carpideira em dia de funeral. Exibindo um sorriso, abraçara-a com emoção: “Há quanto tempo, Luisinha?!” O espanto da rapariga tornou-se evidente, não a reconhecia naquela mulher de aparência tão jovem, mais baixa e roliça do que recordava, envergando uma espécie de sari multicolor, com o cabelo liso e castanho a escorregar-lhe pelas costas. O seu casaco foi prontamente pendurado num bengaleiro sobrecarregado, enquanto era conduzida à sala onde se encontravam outros desconhecidos, que riam e conversavam como se se conhecessem há milénios. Consternada e arrastada pela tia entre os convivas, onde não faltava um gato listado que passarinhava entre todas as pernas, as apresentações sucediam-se, de passagem: “É a Isabel, a vizinha do lado, o primo Zé, a minha amiga Gracinda...” enquanto repetia “é a Luisinha!”. Ela acenava com a cabeça, meio tonta, com a certeza que não se lembraria de nenhum nome, tentando sorrir, vagamente ciente do contraste entre as duas irmãs.
No palacete raramente se ouviam vozes mais elevadas, mesmo em dias de festa - uma eventual casquinada de conveniência, de bom tom. A mãe tinha uma voz de gelo, metálica, mas quase inaudível, mesmo a tratar com a criadagem: “Maria, faça a mala e vá-se embora. Já!” Ou quando se dirigira a ela, ainda há poucos meses: “Uma vez que a menina não tem a mínima noção de cor, faça-me o favor de se vestir sempre de preto, sem ofender o bom gosto de ninguém!” Muito menos qualquer daqueles indivíduos seria convidado a pisar o hall de granito cinza, nem seria a mãe a cozinhar aquele jantar simples mas apetitoso - no cardápio dela só constavam receitas sofisticadas com pomposos títulos afrancesados. Quase conseguia vislumbrar o seu ar de horror e o comentário viperino que se seguiria, na sua voz gélida: “Que fauna... digna de um Zoo!”
À meia-noite, Magui sentou-se no chão junto ao galho prateado que fazia as vezes de árvore de Natal e começou a distribuir os embrulhos que se encontravam debaixo, enquanto chamava um por um todos os presentes, que os abriam com alegria e agradeciam simpaticamente, mesmo desconhecendo o dador. Luisinha ultrapassou o tédio de receber mais uma Barbie de colecção (longe de alguma vez ter brincado com bonecas), mas rebuçados, bombons, bolachinhas e compotas não faltaram, a par de um quadro, um livro e uma camisola de malha vermelha, sem referir as pegas de cozinha em crochet que couberam a todos, supostamente da lavra da vizinha velhota. Só regressou ao palacete vazio no dia seguinte, carregando consigo esses “tesouros”, mas o que guardou na memória foi o Natal mais feliz de sempre!
Agora, tanto tempo volvido, sabia onde a magia do Natal acontecia e onde nunca deixara de voltar. Ao tocar a campainha, o sorriso alegre de Magui já não a surpreendia, nem que a chamasse de Luisinha e o abraço foi inteiramente correspondido. Após pousar o saco no chão, despiu o blusão preto e, exibindo uma camisola vermelha, retirou do bolso um barrete condizente, que pendurou no cocuruto, declarando: “Este ano, o Pai Natal sou eu!” E riram-se ambas, enquanto entravam na sala de braço dado, onde os amigos de sempre as aguardavam...

9º CONTO - O SORRISO (Transpirar de uma memória)

Aumentou o som do gira-discos para que todo o pelotão ouvisse Jingle Bells, naquela véspera da Consoada. Ordenou, de seguida, que verificassem as armas e munições, e distribuíssem a ração de combate pelos bolsos dos camuflados. Ao pescoço pendurou a máquina fotográfica, companheira de andanças, guardadora de memórias.
Com o nascer da manhã, cinzenta e cacimbeira, chegara a ordem para avançarem ao encontro da sanzala à beira da lagoa, bombardeada de véspera por ser tida como abrigo do inimigo. Natal sem presépio seria o seu, vivido a verificar danos, registar baixas infligidas, marcar a sanzala como território vencido e domado.
Ultrapassada a ourela da mata, caminharam separados pelos contornos das árvores, dobrando-os como esquinas cortantes num andar penoso, procurando pisar com cuidado pedaços de chão não estalantes para que o solo se não fizesse ouvir, denunciando-os. Ele ia pensando que este, como todos os outros passos que até ali o tinham levado, mais não eram do que um procurar da inutilidade, de um obstinado e cego adiar do que a História iria escrever.
Chegados, a névoa confundia-se com o fumo que subia da terra queimada, das lavras ardidas, das cubatas em destroços. A paisagem já não era verde, como a deixada para trás, mas turva. Diante dos olhos teve ele, surpreso, gente a chegar do outro lado da lagoa: crianças, mulheres e homens idosos. Vindos de mais atrás, ouviu latidos e cacarejos. Baixem as armas! Ordenou.
Com uma criança pela mão, um dos velhos, quiçá o soba, caminhou, lento e desconfiado, ao seu encontro. Bom dia, disse. Bom dia, respondeu-lhe, perguntando a seguir: onde estão os homens novos? Aqui não tem, já não tem deles faz muito tempo, foram na guerra da guerrilha, anunciou a voz do velho. Na guerra?! Então, velho, o que aconteceu aqui? Aqui, senhor, só nos mandaram bombas, nos queimaram as lavras, secaram a terra e nos fizeram fugir com os cães, os cabritos e as galinhas. Não teve guerra, não senhor. Os soldados de matar só chegaram agora. E mortos? Não tem deles, senhor.
Franziu-se-lhe a testa, entregou-se ao esforço de tentar compreender o que acabara de ouvir. Soldados de matar…!? Nisto estava, com o pensamento querendo correr para longe, quando a criança se soltou do velho e lhe puxou por uma das mãos. Tenho fome, mais velho da tropa, me dá comida. O dizer do menino entrou, turbulento, por ele adentro, fazendo-o cerrar os punhos e levá-los ao peito.
Num repente esvaziou os bolsos, deitando para o chão o que lhe restava da ração de combate. A criança atirou-se a uma embalagem. Pediu-lhe, por gestos, que a abrisse, levou à boca o que dentro dela saiu, trincou e logo fez o mais lindo sorriso, com uma mosca pousada na ranhoca à mistura, que ele alguma vez vira, sorriso acompanhado por um tagradeço amigo! Deste-me o meu presente de Natal, pensou sem o dizer. Guardou o riso na máquina das memórias. À noite dormiu ao relento. No céu apenas brilhava uma estrela com ar de andar à procura, e um fulgor diferente do que era hábito ver-se por ali luzir.
Aquele sorriso transformou em paz a agitação do seu interior, mudou-o para sempre, já não era o que nunca fora nem quisera ser, um soldado de matar, mas um amigo.
Regressado ao aquartelamento o seu pelotão foi autorizado a ajudar na reconstrução da sanzala. Semanas passadas o quimbo ajeitou-se. Reergueram-se as cubatas, os animais regressaram ao seu andar à solta, mulheres e homens idosos estavam de novo entregues ao amanho das lavras, as crianças brincavam, a velhice dos homens voltara a ser aquecida pelo sol, as mandioqueiras voltaram a crescer, bem como o caxinde. O soba podia, de novo, sentar-se à porta da cubata. Pela lama das franjas da lagoa já não corriam pés em fuga. Ele terminou o tempo de andar fardado.
No avião que o levou de regresso à terra da sua casa distante, releu a carta escrita à mulher no dia de Natal. Nela lhe contara a festa de despedida na sanzala da lagoa, e que tinham dado o seu nome a uma mandioqueira. Depois, tirou do bolso a fotografia do sorriso e falou-lhe: tagradeço amigo!

sábado, 11 de dezembro de 2010

MAIS TRÊS CONTOS A CONCURSO

CONTO Nº 4 – O PRESENTE
O presente.
Lembro-me dos dias que antecediam o evento: O sol no quintal, o verde das árvores, o vento delicado bailando as folhas. Mas uma preocupação me entristecia: Por que eu não ganhava presente do papai Noel? A resposta chegou rápido em minha mente infantil. O problema era a chaminé. Na minha casa, simples do interior de São Paulo, não havia uma. Ah, que desejo latente de ter uma em minha sala... E o problema só podia ser este. Percorri minha memória tentando encontrar algum conhecido que tivesse. Mas quem tinha? Seria possível alguém ter uma chaminé em um país tão quente? Pra que? No meu limitado mundo, julguei que chaminé era algo de gente distante, de país longínquo, ou dos filmes de TV. E então, minha amargura tomava grandeza. Sentada no degrau da porta da cozinha, olhando ainda para as árvores do quintal, pensava o quão injusto tudo aquilo me parecia. Havia muitas pessoas como eu... E o que podíamos fazer? Minha mente não se aquietava. Haveria de ter uma maneira de resolver o impasse... Haveria! Eis que meus olhos bravos correm todos os cantos do quintal procurando uma resposta. E logo pousaram arregalados encima do telhado da varanda. Lá estava uma chaminé! Minha mãe, mesmo com tendo fogão a gás, não abandonou o costume de usar o forno a lenha. E logo acima dele, a desejada chaminé. Corri animada para a varanda. E com os olhos arregalados, novamente fiquei intrigada: “Como papai Noel, tão gordinho, passaria por uma chaminé tão magricela? Estava travado o conflito: A voz que dizia que a chaminé era estreita demais e uma outra que dizia que isso era problema do papai Noel. Enquanto as vozes conflitavam, corri feliz fazer a carta revelando o brinquedo que queria. E, logo em seguida, pousei o papel branco entre as cinzas. Bem no fundo, bem na direção do tubo da chaminé. Era melhor facilitar as coisas. A emoção era tamanha que não me preocupei se faltavam muitos dias para a noite natalina. Horas depois, para minha indignação, lá estava a chaminé magricela baforando fumaça. Corri até a varanda, mas era tarde demais. Minha carta já havia sido consumida pelo fogo. Os dias passaram, não quis mais saber dessa coisa de chaminé, de presente. Se papai Noel existisse de verdade, haveria de arrumar outro jeito de me presentear. O natal chegou e passou. Quanto me dei conta, minha mãe arrumava meus irmãos para almoçarmos na casa de uma tia. Era dia 25 de dezembro. A noite especial? Já havia passado. E eu, mal percebi. Foi uma noite como todas as outras. E isso me intrigou muito. Havia algo de errado com as minhas noites natalinas.
Algum tempo depois. Tinha desistido de vez dessa história de ganhar presente. Quando que veio a notícia que meus tios viriam passar o Natal em minha casa, e para comemorar os visitantes, meus pais fariam uma ceia. Sabíamos que não haveria presente pra ninguém, muito menos papai Noel. Mas, mesmo assim, havia algo de mágico no ar. A casa lotada; animada, dez irmãos arrumando-se para algo especial, os primos chegando... Meus pais na cozinha preparando o melhor jantar que podiam. Quanta expectativa. Ao dar meia noite, os gritos dos meus tios de boas festas, os irmãos se abraçando... Felicidade. Somente felicidade. Descobri naquela noite, que a felicidade era o melhor presente que poderia ganhar.

CONTO Nº 5 - "CRESCER..."Foi no natal que eu te conheci, mascaraste-te de anjo e conquistaste-me.
trouxeste à minha vida o amor que julgava não existir; amor de mãe!
mas, afinal tudo não passou de uma desilusão, porque palavras não preenchem o silêncio quando tudo o que queremos é um abraço.
lutei por ti, tanto mas tanto, mas sempre em vão, porque não eras o que dizias.
e num dia em que a chuva caia, e as folhas estalavam quando as pisava, esqueci-te!
esqueci-te, mas fica a ferida da tua desistência; esqueci-te mas fica o medo de acreditar outra vez;
esqueci-te mas lembro-te em cada instante.
agora sigo de cabeça erguida mas com medo de tudo e todos, receio de me magoar.
hoje olho o céu e fecho os olhos, e penso que afinal de algo me serviu... perceber quem realmente me ama,
aprender a dar valor a quem me quer bem, e apesar de tudo nunca deixar de ser eu...
eu sou eu; com uma ferida na alma...


CONTO Nº 6 - A MAIS BELA PRENDA DE NATAL
Acordei sobressaltada com o som do despertador que se recusava a parar. Se calhar queria que acordasse rapidamente mas os olhos recusaram-se a abrir e um bocejar deu a entender que ainda era cedo.
Espreguicei-me, silenciei o despertador e continuei de olhos fechados saboreando o conforto da cama. Lá fora o vento soprava de mansinho, ouvi o barulho do espanta espíritos pendurado no terraço no inicio da Primavera e uma voz interior que teimava em segredar-me uma boa noticia. Oh, estava para breve a entrega da minha prenda de Natal. Aconcheguei a roupa e desejei ter ali a minha mãe com aquele ar bondoso e meigo. O brilho intenso do primeiro raio de sol entrou pela janela do meu quarto acariciando-me o rosto. Acreditei que tinha sido enviado por ela; afinal podia estar ali e no céu ao mesmo tempo. Sorri ao lembrar-me que faltavam apenas 19 dias para celebrar mais um Natal. Vieram-me recordações à memória: gostava do frio do mês de Dezembro, dos nevões que tornavam a minha cidade linda, dos Natais da minha infância onde não faltava o presépio, a missa do galo, o pão do Menino Jesus e o sorriso da minha mãe. Cheiros e sabores misturaram-se harmoniosamente na minha mente conseguindo imaginar cada momento feliz que tinha passado. Para mim o Natal era mágico. Voltei a sorrir acariciando o corpo suavemente sentindo a vida pulsar dentro de mim. Sabia que grandes e novas emoções me esperavam, o coração bateu devagarinho e agradeci aquele novo amanhecer.
Levantei-me a custo, abri a porta do quarto do meu filho e beijei os cabelos dourados que emolduravam o seu rosto lindo e inocente. Parecia um anjo!
Ali estava o ser mais importante da minha vida e agradeci a Deus aquela dádiva maravilhosa. Dois fortes pontapés, no meu ventre, lembraram-me que não era altura para recordações, lembranças de infância com cheiro a bolinhos de jerimú e bolsos cheios de confeitos.
- Tiago, sabes que o maninho(a) está quase a chegar, perguntei?
- Sei, o papá já me disse, respondeu com ar malandreco.
- Estás feliz?
- Sim, já sei que vou ter com quem brincar, mas gostava tanto de ter uma maninha!
Oh mamã, vai ser uma maninha, não vai?
Batia as palmas de contente e um brilhozinho no seu olhar confirmou toda a sua agitação e impaciência…andava assim há já alguns dias.
- Não sei, respondi pensativa. Talvez seja!
Senti que a sua impaciência era grande, tão grande como a minha.
Seria perfeitinho? Seria menino ou menina?
Deixei-o entregue aos cuidados da Tité e prometi voltar em breve.
Eram 13h quando colocaram uma linda menina nos meus braços. Um choro que cessou ao encostar a sua cabecinha ao meu peito, fez-me abrir os olhos. O primeiro olhar, o primeiro beijo, o primeiro abraço tornou-me no ser mais feliz do mundo.
Uma menina!
Estaria a sonhar, estaria ainda adormecida ou estava a viver aquele momento feliz, consciente do que acabava de me acontecer?
Durante toda a gravidez desejei ter uma menina, uma filha de corpo e alma, e ali estava ela encostada ao meu peito, parecendo uma estrelinha brilhante caída do céu. Apertei-a contra o peito com muito amor, sentindo que a partir daquele dia nada seria como dantes. As lágrimas correram pelo meu rosto ainda jovem e agradeci aquele momento único e de rara beleza. Passaram alguns dias e a noite de Natal chegou!
Uma vez mais nos reunimos e naquele ano a menina pequenina, tão linda, serviu de Menino Jesus àquela família numerosa e unida. Estava feliz e sabia que todos celebravam comigo essa felicidade. Este presente Divino, no Natal de 1979, mudou para sempre a minha vida. A nossa ligação foi e é tão forte que hoje, passados 31 anos, olho com amor e gratidão a filha que em breve será mãe.
A vida é um milagre! Um milagre que acontece quando compreendemos que a vida é simplesmente amor.

OS TRÊS PRIMEIROS CONTOS A CONCURSO

Caros Amigos

Tal como prometi, apresento-vos neste 1º post, os TRÊS PRIMEIROS CONTOS, sujeitos à votação.
Podem votar todos os que quiserem, atribuindo 10 pontos ao conto que mais agradar, depois 6 pontos ao seguinte e ao outro 2 pontos.

Colocarei entre hoje e amanhã os 9 contos participantes.
Obrigada!

CONTO Nº1 - O SABOR DA NEVEBrrr! O Inverno, na verdade, chegara cedo naquele ano e mostrava-se com pressa de enregelar as coisas, os animais e as pessoas. Dezembro mal despontava e a neve tomara já posse da cidade. Estendera os seus tapetes de feltro sobre os telhados inclinados das casas e sobre a superfície plana das ruas, cobrira de mantas, ao acaso, as àrvores nuas.
Maria Luís com o seu dufflecoat colado ao corpo, as faces ou o que delas se via, crivadas de flocos de neve, seguia pela avenida de Berlim, em direcção a casa.
— Brr...!
Perto de casa, Maria Luís tropeçou numa enorme pedra escondida sob a neve, e quase ía a soltar uma praga, quando nesse instante, ouviu a voz da sua senhoria.
— O carteiro deixou uma carta para a menina. Sabe, disse ela com um sorriso malicioso, a carta não vem de Portugal, mas sim da Inglaterra.
Ao princípio mostrou-se surpreendida com semelhante carta, mas logo, impelida por uma súbita ideia:
— Oh! É de um amigo português que está a estudar em Londres.
Com efeito, a carta era do Alberto, que anunciava que vinha passar o Natal com ela.
Maria Luís não dormiu em toda a noite. Viu-se no Porto, naquele restaurante barato perto da Escola de Belas Artes. Foi aí, que ela conheceu o Alberto.
Na véspera da Noite de Consoada, a neve invadiu a cidade; blocos de gelo tornaram as ruas perigosas. Eram cinco horas da tarde, quando a Maria Luís chegou à estação, o comboio devia chegar dentro de momentos, porém devido à vaga de frio o tráfico rodoviário era caótico, e os comboios eram afectados por fortes atrasos.
Chateada, sentou-me num banco da gare e passou pelo sono. Sobressaltada, saltou do banco, quando ouviu anunciar a entrada do comboio de que estava à espera.
A figura do Alberto desenhou-se no enquadramento da porta da carruagem e, depois de trocadas as saudaçoes habituais, tomaram um táxi a caminho de casa. Já no táxi, Alberto voltou-se para a companheira com um sorriso e deu-lhe a conhecer o plano dessa noite.
— Em Londres conheci uma jovem pintora alemã, a Heike, que tem um atelier aqui na cidade, e convidou-nos para a visitarmos esta noite. Estás de acordo?
— Pergunta desnecessária, Alberto. Claro que estou de acordo!
O atelier ficava na cidade velha. Não era lá muito grande e apenas iluminado com a luz de velas pretas. Heike de estatura mediana, cabelos e olhos castanhos claros devia ter uns 28 anos. Um amigo dela, o Christian, já se encontrava no atelier quando os dois portugueses lá chegaram. Depois de beberem alguns aperitivos, foram jantar a um restaurante checo.
Ao sairem do restaurante, Maria Luís e o Christian íam numa conversa tão animada, que nem repararam que a Heike o o Alberto tinham ficado para trás. Só muito mais tarde é que deram conta, que os amigos tinham desaparecido. Procuraram nos bares que a Heike costumava frequentar, mas sem sucesso.
Na manhã seguinte, apareceu o Alberto e contou o que lhe tinha acontecido na noite anterior. Ao sair do restaurante escorregou na neve e partiu a cabeça. A Heike levou-o ao hospital mais próximo, onde ficou para observações.
Estavam ambos pálidos e olheirentos. Maria Luís acordara com dores de garganta, dores no corpo e arrepios de frio, síntomes de uma gripe.
— Não temos fome, mas uma canja quentinha reconforta-nos, disse ela dirigindo-se à cozinha.
Ao cair da tarde, apareceu o Anton, um amigo alemão da Maria Luís. Vinha buscá-la para passar a Noite de Consoada com a família dele.
Que podia a Maria Luís responder? Não! Não! Pobre Alberto.
Sentia o coração pesado, mas subitamente egoísta aceitou o convite.
Do que então se passou, não lhe ficou mais do que uma confusa recordação. Lembrava-se com uma precisão nítida das palavras que a mãe de Anton disse ao vê-la:
— A rapariga está a arder. Vou preparar o teu quarto para ela, e tu ficas no quarto de hóspedes. Entretanto, chama o médico de urgência.
Maria Luís melhorou da pneumonia e regressou à sua mansarda nos príncípios de Janeiro. Grata pelos cuidados extremos que a mãe de Anton tinha tido com ela, mandou-lhe um lindíssimo ramo de rosas brancas através da Fleurop, que a deixou arruinada.
Um ano mais tarde, Maria Luís já não era a estrangeira, a estranha, o fruto exótico, que toda a família comprimida à porta da entrada olhava com curiosidade quando chegou lá a casa naquela Noite de Consoada. Maria Luís pertencia agora a essa família.


CONTO Nº2 - A QUINTAEra uma tarde chuvosa e fria de inverno.
Nas instalações de uma instituição de solidariedade social, se por um lado havia toda a alegria e entusiasmo de uma festa de Natal, por outro, numa outra dependência a direcção reunida, dava voltas e mais voltas à imaginação… Era necessário e urgente encontrar um espaço que permitisse recuperar todos os que, viciados no álcool ou nas drogas, iniciaram um processo de cura.
Não podia ser um espaço qualquer… Teria que reunir condições de acolhimento aliadas a outras onde um trabalho tutelado pudesse distrai-los do seu problema e prepará-los para uma vida futura.
De repente a campainha da porta soou. Nem mais estridente, nem mais calma que das outras vezes.
Do lado de fora duas senhoras de meia idade pediam para falar com a direcção.
Não é possível neste momento, pois por um lado decorre a festa de Natal e por outro a direcção encontra-se em reunião – foi a resposta dada às senhoras.
Insistiram e disseram que era muito urgente, uma situação quase de vida ou de morte.
Perante a insistência, a empregada encheu-se de coragem e interrompeu a reunião. Ainda lhe foi dito não ser possível atender as senhoras, mas quando ouviram tratar-se de um assunto tão urgente, o presidente pediu que fizesse entrar as senhoras para o seu gabinete.
De uma forma admirável de educação e humildade as senhoras disseram: - Gostaríamos de pedir licença para oferecer à instituição uma quinta de 2,5 hectares numa aldeia próxima da cidade, com casa de habitação em bom estado de conservação e terrenos prontos a serem lavrados.
O presidente nem queria acreditar no que ouvia …
Mas as senhoras continuaram: - Pedimos desculpa da insistência para que nos atendesse, mas temos a nossa irmã a morrer e ela gostaria de assistir a esta doação. É uma quinta de família que a nós não faz falta e gostaríamos de a ver ser útil a alguém. Está tudo pronto, disseram, para que se concretize a doação. Teremos apenas que marcar o dia.
O presidente muito comovido, acompanhou as senhoras à porta, e prometeu que tão cedo quanto possível daria notícias.
Entrou de novo na reunião e contou o sucedido.
A notícia foi saudada com uma salva de palmas.
Dentro de quinze dias estava tudo pronto para ser assinado o contrato. O notário deslocou-se a casa pois uma das benfeitoras não podia sair. Um ramo de rosas acompanhou a direcção, que foi recebida com a mesma generosidade e humildade.
Oito dias depois, era véspera de Natal e a senhora partia, depois de ver cumprido o seu último desejo.


CONTO Nº 3 – UMA PRENDA DE NATALEra uma vez, num Natal já lá vão muitos anos, uma história verídica, de uma menina que todos os dias ao ir para o colégio passava por uma loja onde se vendiam as coisas mais variadas.
Durante o ano era uma papelaria, recheada de todos os materiais, que nos faziam parar, lápis de cor que dançavam nas caixas coloridas, cheios de vida, papéis coloridos que nos apetecia comprar para os mais variados trabalhos.
Chegando a época natalícia a montra enchia-se de brinquedos (não como agora), mas para os nossos olhos de criança, o pouco que fosse já era muito.

Eis que todas as tardes ao sair do colégio a menina que tinha uma aula de ballet, no regresso a paragem era obrigatória, olhar para a montra e namorar um boneco de olhos azuis que lhe fazia lembrar o azul do céu e ficar não horas, porque não podia, mas largos minutos, aquele era o presente que ela desejava com toda a força, mas era tão caro que não sabia se o Menino Jesus que tinha tantos meninos para satisfazer teria possibilidades de lhe trazer aquele lindo boneco.

O primeiro ano passou, e o boneco não apareceu, a tristeza foi inimaginável, tinha cumprido tudo o que se pedia na altura, tinha-se portado bem, tinha estudado e o boneco continuava lá a olhar para ela, quando passava das suas voltas diárias.
No ano seguinte tudo se repetiu, o boneco voltou à montra da loja mágica e a menina voltou a ter esperança que seria dessa vez que o Jesus a contemplaria com tamanho desejo.
Na noite de Natal com o coraçãozito muito apertado lá se dirigiu à chaminé para pôr o sapatito, na esperança de ver no dia seguinte, tornar-se realidade aquele sonho que lhe invadia todo o corpo de criança, a magia do natal teria que funcionar.
Claro está que o ouvido esteve toda a noite bem sintonizado para a chaminé, porque todos os barulhos eram suspeitos, o frio era muito, custava a destapar a cabeça dos lençois tão cheirosos mas a vontade de conseguir ouvir alguém a descer era mais forte que o frio, o cansaço e a excitação acabava por fazer adormecer as crianças que esperavam ansiosamente pela manhã daquele dia de Natal.
Ainda os pais dormiam e toda a família, e aos primeiros raios de sol,(quando existiam), toda a criançada corria, para finalmente olhar para os presentes tão aguardados na grande chaminé de pedra marmorada, mas para a menina só o boneco bonito a poderia fazer feliz, entre ela e o boneco gerou-se uma cumplicidade tão grande naquela loja que não era possível, o milagre teria que acontecer naquele ano.
Ao longe um embrulho muito grande num papel também lindíssimo, seria o seu boneco?????
E o inexplicável aconteceu, era o Zé como ela na altura lhe chamou.
Nunca mais se separaram, durante anos aquele boneco foi vestido por tias, avós e toda a gente que pudesse, até teve direito a baptizado com fato e tudo, convite das amigas, lanche, com bolos e arroz doce.
FOI UM SONHO TORNADO REALIDADE
E O SONHO FOI TÃO GRANDE E TÃO LONGE QUE O ZÉ AINDA HOJE ESTÁ NA MINHA COMPANHIA.
Não envelhece porque é um boneco, mas os sinais do tempo já se fazem sentir, um dos lindos olhos azuis já abre com com alguma dificuldade, já não diz mamã, mas continua a ser um dos mais bonitos presentes com que algum dia sonhei e que se tornou realidade, e continuará sempre comigo guardado num lugar muito especial