segunda-feira, 30 de março de 2009

DESAFIO COM MAIS ESPAÇO

Olá PÉSSOAL

Cheguei, perfumada com alfazema, com os ouvidos bem cheinhos do chilrear dos passarinhos e do marulhar das águas do rio agitadas pelo vento.

Naquela calma, fora do bulício da cidade, pensei muito em vós e no mundo em que vivemos.
Como é possível???
Alguns anos volvidos e tudo aquilo que era impensável se tornou uma realidade.
Quem diria aos nossos avós, que ainda um dia se fariam amizades através de uma qualquer escrita, que se difunde de uma forma esquisita, por uns cabos, pelo ar ... sem ser vista ...
M I S T É R I O !!!!!

Pois é, mas a verdade é que estão aqui uma série de meninas, mais novas, mais velhas, estudantes, doutoras, mães de família, avós, poetas, voluntárias, tristes, alegres, mas todas em torno de um ideal comum: Partilhar, Aprender, Chorar, Rir, mas e sobretudo conquistar a amizade e por ponto final na solidão.

E lá vamos conseguindo!

Bom! Depois deste monólogo "evoluido e poético", quero dizer-vos:
GOSTO DE AQUI ESTAR E DE VOS TER COMO COMPANHIAS.

E agora ... vamos a mais um DESAFIO.

Está a chegar a Páscoa.
Sei que em muitos locais já pouco sentido faz, mas noutros existem ainda tradições arreigadas, não apenas nas celebrações da época, como até nos próprios manjares.

Desafio-vos a partilharem TUDO para que cada vez mais possamos ter uma noção da diversidade em que vivemos. Este TUDO tambémse refere a receitas tradicionais (salgados e docinhos ...)

E já agora ...
Em que século, o OVO foi considerado pelo Cristianismo como símbolo da Páscoa?

Divirtam-se e divirtam-nos.
Beijinhos
Licas

quinta-feira, 26 de março de 2009

LOGO AO FIM DA TARDE





Oferta da minha grande amiga Maria do Céu para a minha "Casa dos Avós"

AMIGAS

Logo ao fim da tarde, vou até à minha "Reforma Agrária".
Volto se Deus quiser no Domingo à noite.



Prometo trazer-vos de lá, o cheirinho a alfazema, o chilrear dos passarinhos e o sussurrar da água do Tâmega e sobretudo a Paz e Tranquilidade.

Desejo um bom fim de semana e preparem-se para o Desafio
Beijinhos
Licas

P.S. Podem contudo continuar a observar o post anterior - HABILIDADES DA PRIMAVERA e a deixar os vossos comentários. Quando tenho saudades leio-os através do telemóvel.

HABILIDADES DA PRIMAVERA

Nesta época cheia de cor não resisto a mostrar-vos as minhas recentes habilidades.

Sou uma principiante!

Para ser mestra e me comparar com algumas das nossas amigas Artistas, vai um grande passo, mas apesar de tudo sinto-me feliz, pois foi mais etapa do meu caminho, que aprendi a percorrer aos 63 anos e que consegui vencer o suficiente para não me sentir "TóTó"

Critiquem!

Aprendo com os erros apontados.



Beijinhos
Licas

quarta-feira, 25 de março de 2009

19ª HISTÓRIA

Era o dia 9 de Fevereiro de 1981.

O meu filho fazia 10 anos.
Eu raramente faltava às aulas, mas no dia do seu aniversário costumava fazê-lo.

Porém desta vez era impossível porque às 14h30min tinha uma reunião à qual não podia nem devia faltar.
Para minimizar o facto de não poder dedicar-lhe a atenção costumada, disse ao miúdo que convidasse um amiguinho para almoçar.

Levei-os até Famalicão, não sem previamente me ter aconselhado com as colegas da terra, sobre o restaurante mais aconselhável para eu ir com as crianças.

Assim, perto das 12h30min, entramos no restaurante e pedimos o prato característico desta região - Rojões à Moda do Minho - muito apreciado pelos três.

Serviram-nos muito bem e rapidamente, tal como eu tinha solicitado e a conversa fluiu agradável e alegre.

Quando chegou a hora de pedir a conta a empregada disse-me que o almoço estava pago.
Perguntei como, mas a senhora recusava-se a dizer.
Respondi que não aceitaria porque não costumava fazê-lo de pessoas desconhecidas. Depois de muito insistir, ela chamou uma colega, que de uma forma muito educada e até submissa me disse que eu era a Directora de Turma da filha e que tinha o maior gosto em presentear-me.
Reagi negativamente, mas a senhora não desarmava, deixando-me completamente embaraçada com a sua insistência.
Por vergonha condescendi.

Perguntei-lhe propositadamente e só nessa altura, quem era a menina. A Mãe disse-me ser a Maria José do 6º F e perguntou-me qual o seu desempenho nas aulas.

Respondi-lhe que dentro da turma fraca em que se inseria, até podia considerar-se o seu aproveitamento satisfatório, mas que teria de continuar a estudar e modificar o seu comportamento agressivo e por vezes um tanto desajustado.

- Posso dizer que esta aluna era sensivelmente mais forte que os outros alunos, vestia sempre de ganga e usava o cabelo extremamente curto.
A linguagem era um tanto ... forte e as atitudes por vezes muito exageradas.


Agradeci mais uma vez à mãe e saí.

Mal cheguei à escola contei o sucedido à colega do C.Directivo que me tinha indicado o restaurante e ela tranquilizou-me, dizendo que as pessoas de Famalicão gostavam muito de presentear os professores o que não queria dizer que estivessem a pressioná-los em benefício dos filhos.

Sosseguei!

Passados uns dias, comecei a notar que o comportamento da Maria José, se alterou para pior e que não estava a acompanhar a matéria como até aí.
Chamei-a por diversas vezes, verifiquei os trabalhos de casa e conclui que algo se passava.
Repreendi-a e disse-lhe que a continuar assim iria certamente baixar as notas e se arriscaria a reprovar.

Todos se sorriram e eu perguntei porquê.
Um rapaz, mais destemido, disse que ela andava a comentar com os colegas que não valia a pena estudar ciências e matemática, porque a mãe tinha oferecido um almoço à professora e ela (eu) agora não tinha coragem de a reprovar.

Muito zangada disse-lhe: Olha Maria José, se é isso que pensas estás muito enganada, porque a partir de agora ainda vou exigir mais de ti e se não corresponderes podes ter a certeza que te chumbo.

Ela sorriu-se em descrédito e continuou a manter mesma postura.
No 2º período ainda manteve o 3 a ciências, mas baixou para 2 a matemática. Chamei a mãe, contei o que se passou e repeti-lhe exactamente o que tinha dito à filha.
A senhora com a mesma humildade e compostura, agradeceu-me que o fizesse porque ela era uma menina muito rebelde e precisava de uma lição.
Claro que tentei tudo por tudo para não levar por diante esta decisão, mas a miúda desafiou-me até ao fim e o inevitável aconteceu.
No final do ano teve negativa a matemática, ciências e português, o que a levou a ficar retida.

Custou-me muito, mais pela mãe do que por ela, mas a minha consciência não me deixou dúvidas.
Mais infeliz fiquei, quando no ano seguinte soube, que ela tinha abandonado de vez a escola e era então empregada do referido restaurante.

Ainda há mais outro episódio com esta aluna, mas ficará para outra vez...

terça-feira, 24 de março de 2009

SELO ALTO ASTRAL

Especialmente para a Isabelinha do sletras, para saudar o seu novo blog e deixar-lhe o meu abraço com o desejo que "OUTROS SORRISOS" lhe proporcione um Alto Astral.




Aproveito para desejar a todos os que quiserem partilhar deste desejo que levem também este mimo, com um abraço da
Licas

segunda-feira, 23 de março de 2009

PARA TODAS AS AMIGAS







Olá AMIGAS

Este miminho vai para todas aquelas que se sentirem bem com a minha presença amiga.

Levem-no e que ele seja o materializar daquele abraço Primaveril que no dia vos enviei.
AS REGRAS SÃO SEMPRE AS MESMAS

Depois irei "cocar" ....

Beijinhos para todas
Licas

domingo, 22 de março de 2009

INTEGRAÇÃO É POSSÍVEL COM INTERVENÇÃO PRECOCE


No Dia Mundial da Trissomia 21, Portugal tem razões de orgulho: estas crianças frequentam o sistema regular de ensino e lêem cada vez mais cedo. Mas ainda é preciso desmistificar a doença e garantir integração profissional.

O retrato optimista é traçado por Miguel Palha, médico e fundador da Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21), tarefa em que se empenhou depois de ultrapassar o "choque" do nascimento da sua filha Teresa, portadora do síndrome de Down. Hoje com 22 anos, Teresa preside à associação, enquanto o pai assume a direcção clínica do Centro de Desenvolvimento Infantil "Diferenças", um dos mais avançados da Europa e do Mundo, garante o pediatra.

Criado em 2004, em Chelas, Lisboa, o centro desenvolveu vários programas específicos de intervenção para a trissomia 21 e outras perturbações de desenvolvimento. Tem a maior casuística mundial de trissomia (apoia actualmente 1200 crianças) e uma das maiores a nível europeu de dislexia, perturbações da linguagem e perturbações do espectro do autismo. Ao todo, os cerca de 100 profissionais que ali trabalham - entre pediatras do desenvolvimento, psicólogos e terapeutas ocupacionais e da fala - acompanham nove mil crianças de todo o país e são também procurados por pais do estrangeiro.

A aprendizagem da leitura e o desenvolvimento da linguagem são os grandes avanços apontados por Miguel Palha.

"Quando começámos a trabalhar, apenas 5% dos miúdos com trissomia 21 liam. Neste momento, 80% estão a ler até aos 8 anos", disse ao JN, congratulando-se com o facto de, aos 10 anos, virtualmente, todos os meninos com trissomia 21 estarem integrados no sistema regular de ensino. "São os melhores resultados em qualquer parte do mundo", afiança.

Contudo, o médico não esconde as dificuldades. "Estes meninos são vulneráveis. Estão em desvantagem na sociedade", nota, lançando um apelo aos pais para se "anteciparem", por forma a iniciar-se uma intervenção "o mais precoce e eficaz possível".

Foi o que fez Francisca Prieto, 37 anos, mãe de uma menina com trissomia 21 e fundadora do grupo Pais 21. Pelo facto de estas crianças serem muito sensíveis a infecções e problemas respiratórios, Francisca decidiu que, nos primeiros dois anos, a filha ficaria com ela em casa. Mas assim que a pequena Francisca atingiu os 3 anos (a menina, terceira de quatro filhos, herdou o nome da mãe), os pais decidiram inscrevê-la no infantário. "Estava na altura de ir brincar com os amigos", explica a mãe, que "todos os dias" se surpreende com o seu desenvolvimento.
Apesar de reconhecer que "hoje as pessoas estão mais abertas para olhar o que é diferente", Francisca não esquece os comentários de espanto dos amigos, quando lhes respondia que ia levar até ao fim a gravidez, mesmo sabendo de ante-mão que a sua bebé teria trissomia 21. Hoje, ainda são muitos os que se surpreendem quando Francisca lhes diz que a menina frequenta o ensino regular.
Foi para combater estes estigmas que, há um ano, juntamente com outros pais, Francisca decidiu constituir a Pais 21. Um grupo de familiares e amigos de portadores de trissomia 21 (actualmente, reúne cerca de 200 pessoas) que comunica diariamente através da internet, troca dúvidas, partilha experiências e organiza actividades, como a campanha que pôs agora na rua, para mostrar as capacidades dos seus filhos.

O seu objectivo é envolver o maior número de pessoas a "trabalhar para a inclusão" e garantir que, tal como conseguiram inscrever os filhos na escola, um dia eles também terão lugar no mercado de trabalho.

O pediatra do Desenvolvimento Miguel Palha disse ontem também que Portugal tem dos melhores níveis do mundo de integração na sociedade das crianças e adultos portadores de Trissomia 21.
Existem em Portugal entre 10 a 12 mil pessoas com Trissomia 21 e, segundo Miguel Palha, 100 por cento das crianças até aos dez anos estão integradas no sistema regular de ensino.


A Trissomia 21 (ou Síndrome de Down) foi descrita pela primeira vez com pormenor por um médico inglês, John Longdon, em 1866, sendo uma patologia (alteração) congénita, que causa um atraso no desenvolvimento físico e intelectual.
Esta doença - causada pela presença de um cromossoma 21 a mais (três, em vez de dois) - afecta cerca de 0,2 por cento (um em cada 500) dos recém-nascidos.
Actualmente, de acordo com Miguel Palha, o avanço científico permite identificar esta doença em 90 a 95 por cento dos fetos.

Segundo o pediatra do desenvolvimento, disse que além de Portugal ser dos países com maiores níveis de integração, é também dos mais avançados em termos de técnicas e metodologias educativas.
Por outro lado, acrescentou, na maioria dos centros de apoio é possível prestar cuidados de ordem médica e educativa.

Miguel Palha explicou que no Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças é desenvolvido um conjunto de metodologias específicas para o ensino da leitura, escrita e do comportamento a portadores da doença.

Relativamente às escolas públicas, o pediatra do desenvolvimento explicou que tem de haver adaptações, mas que, genericamente, o processo de integração tem corrido bem, embora estas crianças necessitem, obviamente, de um técnico de ensino especial que ajude a construir um programa adequado que facilite a sua integração na comunidade.
No que respeita à integração de pessoas com Trissomia 21 no mercado de trabalho, Miguel Palha explicou que há várias instituições a trabalhar com sucesso nesta área e que nos próximos dez anos 90 por cento dos adultos deverão estar integrados.
Estas pessoas, explicou, têm uma capacidade comunicativa extraordinária.

"O que é mais fascinante nos miúdos com Trissomia 21 é a capacidade de interagir, é o prazer relacional, o despojamento material e o prazer de estar com os outros", disse.

Num momento em que o mundo é essencialmente materialista, adiantou, estas crianças, jovens e adultos preocupa-se com as pessoas.
"Questionam por que está a mãe triste, por que não ri o amigo Pequenas coisas com as quais ninguém se preocupa hoje em dia", frisou.
Questionado sobre a eventual marginalização social das pessoas com Trissomia 21, Miguel Palha referiu que todas as pessoas com diferenças são marginalizadas, mas defendeu que a sociedade portuguesa evoluiu.
"Hoje em dia a maior parte das pessoas ensina aos filhos que as diferenças devem ser aceites e a perspectiva é completamente diferente de há 20 anos. E daqui a 20 anos vai ser diferente de hoje. Estamos no bom caminho", disse.

A Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 foi fundada em 1990 para dinamizar todas as acções relacionadas com os aspectos científicos, educativos e sociais da doença Trissomia 21.
As primeiras opções estratégicas da Associação foram a prestação de cuidados a crianças afectadas por esta doença genética.
Pouco depois, a Associação introduziu em Portugal "as mais modernas metodologias de avaliação e de intervenção" relacionadas com esta patologia, experiência que foi posteriormente generalizada a outras doenças.

Desde então, a instituição proporciona programas de intervenção específicos para a síndrome do X Frágil, para a Síndrome de Williams e para os Défices Cognitivos (atrasos mentais) com ou sem causas conhecidas.

Desde 1995 que a Associação faculta cuidados específicos a crianças e a adolescentes com outras perturbações do desenvolvimento, designadamente com Dificuldades de Aprendizagem, Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, Perturbações da Linguagem, Perturbações da Coordenação Motora, Autismo e Síndrome de Asperger.
Em Janeiro de 2004, O Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças iniciou as suas actividades, sendo uma unidade autónoma da APPT21.

1 - Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21
Fundada em 1990, a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21) - Instituição Particular de Solidariedade Social - é uma associação de beneficência, sem fins lucrativos, cujos principais objectivos são a dinamização de todas as acções relacionadas com os aspectos científicos, educativos e sociais da doença Trissomia 21 (mongolismo ou síndrome de down).

Morada: Rua Dr. José Espírito Santo
lote 49, loja 1, Chelas
1950-094 Lisboa
Telefone: 21 837 16 99
E-mail: geral@appt21.org.pt
Website: http://www.appt21.org.pt



2 - O Centro de Desenvolvimento Infantil de Braga abriu com o objectivo de proporcionar cuidados especí­ficos a crianças e adolescentes com Perturbações de Desenvolvimento.

Rua Custódio Vilas Boas nº13 r/c
4700-000 Braga
Tlm: 961235497 e-mail: cdibraga@hotmail.com


A nossa equipa, para além da sua formação base individual, segue a teoria e o método da Escola de Desenvolvimento da APPT21, Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças (Lisboa).

Colaboramos com a Caleidoscópio - Associação de Apoio e Terapêutica às Perturbações de Desenvolvimento e Associação do Minho de Portadores de Trissomia 21.


jn.sapo.pt e Diferenças

quinta-feira, 19 de março de 2009

18ª HISTÓRIA/ABORDAGEM

Perante a dificuldade que existia nesta altura de efectuar o estágio no ensino secundário, no Ano 81/82 fiz uma opção. Concorri ao ciclo preparatório e fui pela primeira vez dar aulas a crianças entre os 10/13 anos.
Isto aconteceu na Escola Preparatória de Famalicão.

Muito melhor preparada interiormente, “mais crescida” e com uma enorme vontade de continuar o meu sonho, rumei a esta cidade no dia 1 de Outubro.

Deparei logo à entrada com uma antiga colega de curso – a Arminda – com quem me dei sempre muito bem. Se já ia com um alto astral, melhor fiquei porque me senti em terra conhecida.
Não foram necessárias muitas horas, para verificar que tive muita sorte, pois tudo à minha volta parecia “material” de primeira.
Ressalvo nesta apreciação, o edifício escolar, que mais não era que um conjunto de pavilhões pré-fabricados, em péssimo estado de conservação, sem ligação entre eles e um pavimento deplorável.
As pessoas, na sua maioria professores e funcionários efectivos, da própria localidade, eram extremamente simpáticas, alegres e com um poder de acolhimento acima do normal. Senti-me em casa e com uma enorme vontade de trabalhar, inovar e aprender.

Para que melhor se compreendam as histórias sguintes vou caracterizar um pouco esta zona geográfica

Famalicão era então uma zona industrial, misto rural, onde as famílias tinham normalmente bastante dinheiro, reduzido grau cultura e poucas perspectivas de futuro.
Os alunos eram o reflexo desta simbiose.
De uma maneira geral ou eram filhos de industriais ricos, a quem nada faltava a não ser a vontade de saber mais e aumentar a sua cultura de base, ou eram filhos de pessoas com menos possibilidades, rurais ou empregados fabris, a quem também os estudos pouco ou nada diziam. O que se notava na maioria era a vontade de terminarem depressinha e de qualquer maneira o 2º ano para irem trabalhar.
Resultado,…as turmas compostas por 32 alunos, na sua maioria desinteressados e com pouquíssimas bases culturais.

Alguns dos alunos, sossegadinhos, educadinhos, mas … pouco mais.

Outros, fiusas, malandrecos, afoitos e completamente desinteressados.

Salvava-se meia dúzia que realmente tinham aproveitamento e a quem dava gosto ensinar.

Mesmo assim, porque o grupo de professores era muito coeso e trabalhava em conjunto e a escola era liderada por um Conselho Directivo, homogéneo, com regras, valores e sobretudo uma grande noção de justiça e autoridade, conseguia-se fazer com que as aulas decorressem com uma determinada normalidade e o sucesso acabava por ser adequado, mas ligeiramente superior, às perspectivas bem vincadas dos Encarregados de Educação e da Comunidade Educativa em Geral.

Cada professor, dentro da sua sala de aula era livre de inovar e de assumir posturas aparentemente não consentâneas com o ”normal” com o “pedagogicamente correcto”, desde que justificasse muito bem perante o grupo as experiências que fez, os resultados que obteve e o sucesso educativo que provocou.
Ninguém era criticado apenas pelo prazer da crítica e todos se sentiam à vontade para “errar”, porque o grupo não espezinhava, mas pelo contrário ajudava a encontrar o caminho certo.
Às vezes encontrava-se …

EPISÓDIO 23
Nessa altura tinha eu uma carrinha Peugeot Azul escuro, renforcé, de 7 lugares.
Passou a ser o “autocarro docente vindo do Porto”.

As ocupantes habituais no todo eram 9 e o carro só comportava 7 pessoas. Por vezes, de acordo com os horários, íamos realmente só sete, mas a grande maioria das vezes íamos oito. Era sabido que nestas circunstâncias, nos locais mais problemáticos onde costumava aparecer a polícia, uma se deitava no colo das outras para não ser vista.

As conversas sucediam-se em catadupa, animadíssimas, mesmo que o assunto fosse menos alegre.
Recordo-me que uma vez, uma das colegas entrou no carro a chorar copiosamente porque tinha tido um aborrecimento com o marido. Começou a desabafar, mas fê-lo de tal maneira que as gargalhadas dentro do carro eram tantas, que a dada altura tive que parar porque tinha os olhos completamente rasos de água. Escusado será dizer que a própria acabou por se rir, desvalorizar o aborrecimento e entrar na brincadeira.

Uma outra colega tinha problemas depressivos grandes e quando estava nas piores fases, sentia-se sempre a coitadinha e todas as conversas que tivéssemos convergiam (segundo ela) sempre na sua pessoa com o intuito de a inferiorizar.
Decidimos que não seria isso a importunar-nos e combinámos que quando ela começasse a “pegar” com um assunto, uma de nós mudaria de imediato para outro. Isto acabou por ser um jogo e ganhava aquela que conseguisse introduzir o tema menos controverso.
Tenho pena de não me recordar, mas garanto que era um desafio à imaginação e criatividade, mas que gerava muita diversão.

Sei que nesses anos, que a colega andou connosco, foram os únicos da carreira em que não teve que meter atestado prolongado por depressão.
Infelizmente hoje, sabemos que foi reformada compulsivamente e que nunca fez nada da sua vida, nem mesmo no plano familiar.

Outra das colegas era já uma “Senhora”. Muito mais velha que cada uma de nós, solteira e endinheirada. Tinha muitas e variadas jóias, que exibia com prazer, mas sem vaidade. Sentia uma enorme alegria quando alguém gabava o seu espólio.
Apresentava-o, tal como nós casadas e mães, apresentávamos as fotografias dos nossos filhos. Para cada uma das jóias havia sempre uma história de família, por vezes alegres, mas geralmente muito emotivas.
Achámos que, tal como tínhamos o direito de falar sobre as nossas “jóias”, também ela o deveria fazer, sem receio de ser apelidada de snob.

Nesta altura começou a gerar-se no país um movimento de assaltos, sobretudo a objectos de valor.

Aconselhámos a colega a deixar de trazer as suas jóias, mas reparámos a tristeza que isso lhe provocava. Então um dia lembrámo-nos de lhe dizer que trouxesse cada dia apenas uma, embrulhada e bem guardada na carteira, e que a colocasse ao chegar à escola. Mais lhe propusemos que em dias de festa, trouxesse mais do que uma e à entrada cada uma de nós ficaria responsável por exibi-la.

Parece estranho, não parece?

Pois é! Este grupo teve sempre a capacidade de ler e compreender os sentimentos e necessidades dos outros e de fazê-los ressaltar de modo a “Criar Felicidade”.
Esta Senhora que, diziam as antigas colegas, era fechada, antiquada, por vezes até pouco simpática, abriu-se e tornou-se carinhosa, preocupada com os outros, alegre, de tal forma que os alunos admirados com a mudança, inventaram que a Drª Natália ia casar-se …

Sim, isto era prática comum … Se um professor faltava por uns dias, ou mudava de comportamento, logo aparecia a circular na escola um boato … “O professor morreu” ou “vai casar-se”, ou separou-se do marido” ou ….

Outra das colegas, a Rosário, era a boa disposição feita gente. Ela arranjava sempre durante a viagem motivos para diversão. Digo, durante a viagem, porque depois no desempenho da sua função era extraordinariamente cumpridora, rígida e até intransigente com os alunos.
Aliás, todo este grupo tinha esta particularidade e daí ter-se tornado notado e querido na Comunidade Educativa, por quem todos nutríamos também uma enorme simpatia e respeito.

O Presidente do Conselho Directivo, pessoa muito correcta, bem-disposta, mas exigente, chegava a fazer o seguinte:

Sabia que íamos do Porto e que chegávamos sempre a horas, portanto quando havia um atraso, de imediato procurava informar-se se tinha havido algum acidente na estrada e se fosse esse o caso, procurava introduzir os alunos nas respectivas salas que ele ia controlando e quando nós chegávamos tínhamos o livro de ponto em cima das secretárias para que não perdessemos tempo.
Isto demonstra bem, não apenas a exigência, mas a consideração pelos colegas. Terei aqui que voltar a referir que nesta altura ainda não havia auto-estrada e a estrada nacional era extraordinariamente movimentada, perigosa, sendo raro o dia em que não encontrávamos um acidente.
Saíamos do Porto sempre com 1h30min de antecedência.

E posto isto ...

quarta-feira, 18 de março de 2009

PAI = AMIGO = EXEMPLO = VIDA


Hoje, é o dia de todos em conjunto nos lembrarmos do nosso Pai.
Deixo-vos esta oração

P A I !

Pai nosso de todos os dias,
Imagem e semelhança
Daquele lá do céu.

Um ser especial,
um companheiro fiel...
Fonte de amor, de esperança e de sabedoria!

Tudo que sabemos e somos,
aprendemos contigo.

Ensinaste-nos dando exemplos, fazendo!

Assim crescemos,
fazendo e aprendendo,

Sempre vendo em ti um modelo, um amigo.

De ti,
trazemos no sangue e nos nomes,
gotas e pedacinhos,

Verdadeiros símbolos de amor e de carinho,

Que se integraram à nossa vida,
fazem parte do nosso ser,

Ser pai é mais que missão,
É exercício pleno do amor,
através da entrega e da doação.

É dar a própria vida, para que os filhos possam viver!

Pai, obrigado (a) pela VIDA.

Parabéns a todos os Pais e aos filhos que sabem reconhecê-los como os seus maiores amigos.

Ao meu pai, em especial eu dedico esta obra de Chopin que ele tanto gostava de ouvir.

Nota: A criação de um dia de homenagem aos pais terá acontecido nos Estados Unidos quando Sonora Luise pretendia um dia especial para homenagear o seu pai, William Smart, um vetereno da Guerra Civil que ficou viúvo quando sua esposa deu à luz ao seu sexto filho.

segunda-feira, 16 de março de 2009

16ª HISTÓRIA (conclusão) e 17ª HISTÓRIA

Olá Amigas, Boa Noite!

Cheguei do meu fim de semana na "Reforma Agrária". O tempo esteve espectacular e bem quentinho, apenas com algumas rajadas de vento no fim da tarde de sábado.
Já se ouviram por duas vezes as sirenes dos bombeiros alertando para "Fogo".
Começamos cedo !!!!
As flores e árvores estão todas a rebentar e os passarinhos já marcaram passagem para o nosso país.
Eis que a Primavera se aproxima!

Tal como prometi, vou continuar a história 16 e contar-vos mais outra, apenas para acabar o ciclo de Vila Nova de Gaia.


Então a História do Luis ...

Nos dias seguintes aproximei-me muito dele e tentei perceber se queria mesmo ser ajudado, ou se tudo não passou de um momento de fragilidade após a notícia da morte do colega.
Pareceu-me sincero!
Disse-lhe que nada podia fazer sozinha, sem ter pelo menos um dos pais connosco. Ele hesitou - quase desistiu – mas tentei explicar-lhe que ele iria precisar de apoio psicológico e mesmo familiar, sem nunca desvalorizar o meu e o dos colegas, que diga-se, começaram a zelar por ele como que de um irmão se tratasse.
Depois de algumas pausas e retrocessos, acabou por concordar que eu falasse com a mãe. Assim fiz.
Era uma senhora simples, extremamente meiga e bem educada, que não só compreendeu o problema do filho, como se disponibilizou para fazer tudo e gastar tudo o que tinha para salvar o seu filho – o Luís.
Pôs apenas uma condição: Para já o marido tinha que ficar de fora da situação. Resolvemos com o acordo do próprio jovem encontrar um psicólogo que lhe permitisse “dar a volta”, com a nossa ajuda.
O rapaz foi à 1ª consulta acompanhado pela mãe e ficou muitíssimo entusiasmado. Depois quis falar também comigo para delinearmos formas de interacção e também para prepararmos o Luís para um encontro “inevitável” com o pai.
Concluímos todos que a grande pedra na vida do Luís era exactamente o pai, não porque o tratasse mal, mas porque o queria demasiado apertado e condicionado com os seus horários e vontades.
O senhor, sendo funcionário da RTP, procurava aí “encaixar” sempre o filho, não lhe dando tempo para conviver, falar, rir, fazer desporto … Não podemos esquecermo-nos que o rapaz tinha então 20 anos.
Tudo estava a correr muito bem, o rapaz seguia atentamente as indicações do psicólogo e formou com o seu grupo de escola um núcleo muito simpático e diga-se “curativo”.
O Psicólogo aconselhou que dada a sua compleição física e a enorme vontade que ele demonstrava em praticar vela, deveria ser esse o primeiro grande passo de independência do Luís. Porém para isto era necessário que o pai soubesse o que se passava, até que se por um lado era necessário tempo para a prática de desporto, por outro era necessário arcar com algumas despesas.
Chegou a hora!
Fizemos uma reunião – pai, mãe, Luís, Psicólogo e eu.
Inicialmente tudo corria muito bem. A atitude tomada foi de compreensão e de querer ajudar, mas … Avançou logo com a sugestão: “Eu compro um barco e então vamos os dois praticar vela”.
Dificilmente consigo descrever a reacção de desespero e de raiva do Luís.
Pois se era exactamente o que ele mais queria … Tornar-se independente do pai, poder afastar-se da figura que o subjugava.
Todos tentamos explicar-lhe que essa não seria a solução, mas nada o demoveu. Ou o Luís velejava com ele ou podia perder a ideia de praticar este ou qualquer outro desporto.
A situação arrastou-se inabalável por tempo indeterminado.
A mãe não podia interceder, porque o senhor até se tornou agressivo com ela.
Se até então era controlado, o Luís passou a ser “atrelado”.
Até que um dia o Luís fugiu …
Nunca mais soube dele, mas sempre que recordo este facto lembro-me daquele rosto lindo, lindo, mas triste e só, a pedir-me ajuda do fundo da turma.
Houve colegas que andaram durante uns tempos pela noite e por locais de droga para o encontrarem, mas infelizmente, pelo menos até ao final do ano lectivo o Luís não voltou a aparecer.
O telefone da mãe foi alterado.
Eu saí da Escola.
Mas ainda hoje recordo o Luís e gostava muito saber dele e da sua doce mãe – a D. Rosa.

HISTÓRIA 17

Dia 4 de Dezembro de 1980.

Aula de Matemática de uma das turmas do Curso Nocturno
As férias do Natal aproximavam-se. Estávamos a dar os últimos testes.
Não sei exactamente as horas, mas lembro-me que reinava silêncio absoluto dentro da sala de aula. Era noite cerrada e eu tinha acabado de entregar os enunciados.
De repente sinto que no corredor, junto à porta da sala alguém soluçava. Abeirei-me e vi a funcionária daquele piso a chorar copiosamente. Perguntei-lhe se estava bem, se precisava de alguma coisa.
Redobrou o choro e imperceptivelmente disse que tinha havido um acidente de aviação e que tinha morrido o Dr. Francisco Sá Carneiro, o Engº Adelino Amaro da Costa e acompanhantes. Fiquei sem palavras …
Entrei e comuniquei aos alunos o sucedido.
O que se passou dentro da turma é indescritível e apanhou-me desprevenida: Os alunos aos saltos, batiam palmas, como se lhes tivesse dado um prémio.
Faltou-me referir, que os políticos em questão, vinham para o Comício de Encerramento da Campanha Presidencial do Dr. Soares Carneiro.
O Dr. Sá Carneiro, fundador da Partido Social Democrata era então primeniro ministro As eleições realizar-se-iam no dia 6 de Dezembro.
A reacção dos alunos foi pois um acto político, contra alguém que lutava por uma causa diferente daquela que a maioria deles defendia. Não esqueçamos que o 25 de Abril se tinha dado apenas há 6 anos e ainda estavam muito bem marcadas as fronteiras entre a direita e a esquerda e os amores e os ódios muito vincados.
Dei dois valente berros aos alunos e obriguei a que todos se sentassem.
Interrompi o teste e fiz notar que não admitia uma reacção daquelas, não porque fosse a favor ou contra esta ou aquela ideologia, mas porque estava em causa a perda de vidas humanas em circunstâncias dramáticas. Todos temos o direito à vida e ao respeito, disse, e como tal como educadora e defensora dos direitos e dos valores humanos, não permito reacções menos respeitosas.
A aceitação das minhas palavras, fazia-se com dificuldade e muito lentamente.
Bateram à porta! Uma das funcionárias veio ler uma determinação emanada do Ministério da Educação que obrigava ao fecho imediato das escolas.
Nesse momento senti-me aliviada, porque estava no meio de 20 alunos, maioritariamente de esquerda (a avaliar pela conduta tomada) que de um momento para o outro poderiam criar uma situação de sublevação grave e irreversível.
Mandei-os sair ordenada e rapidamente para o exterior do edifício.
Bom … ultrapassada esta etapa, outra se aproximava: Havia agora que regressar a casa.
Para tal e porque dava boleia a umas colegas até à Rua de Santa Catarina, tinha obrigatoriamente que passar pela baixa, mais propriamente pela Rua de Sá da Bandeira, bem próximo do Coliseu do Porto, local onde deveria decorrer àquela hora o citado comício.
Quando cheguei a Sá da Bandeira apanhei um autêntico banho de uma multidão desesperada que descia a Rua de Passos Manuel, vinda em histeria após ter recebido a notícia do desastre dentro da casa de espectáculos completamente lotada.
Julgo que nunca tive tanto medo!
Por momentos ficamos paradas, dentro de um carro, completamento submerso pela multidão aos gritos. Aos poucos, depois da polícia chegar, calmamente fui conseguindo “furar” e fugir para casa. Que susto !!!!

Outras histórias virão em breve!

sábado, 14 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

14ª,15ª E 16ª HISTÓRIA ...

No dia 1/10/80, fui colocada na Escola Secundária de Vila Nova de Gaia.


Esta foi uma escola que a nível de trabalho em equipa, de sucesso escolar e até de convívio inter-docentes, não me deixou qualquer marca.
Recordo-me, especialmente nos horários diurnos, de um espaço frio, muito coercivo, onde tudo e todos eram indistintamente punidos. Foi de tal modo pouco marcante que me é completamente impossível recordar um nome de qualquer um dos colegas, nem tão pouco de ter assistido a trabalhos conscientes e visívelmente realizados. Era tudo maquinal e sobretudo impessoal.
Pelo contrário, recordo-me bem das minhas turmas do curso nocturno.
Uma delas de trabalhadores/estudantes, com poucas bases e sobretudo sem perspectivas de vida.
Não eram insubordinados nem faltosos, mas muito pouco empenhados.
A outra turma muito heterogénea, com alunos desde empregadas domésticas, a funcionários menores da construção civil, lixeiros e até 2 prostitutas.
Apesar de não evidenciarem um grau de cultura suficiente, não faltavam e estavam ávidos de novos conhecimentos. Preocupavam-se muito mais por conhecer o dia a dia, a forma de vencerem, como superar situações que se lhes deparava, do que propriamente aprender os conteúdos curriculares.
Queriam, isso sim, conseguir entender as notícias de um jornal, interpretar os dados de um determinada artigo, saber mais sobre saúde, resolver problemas matemáticos simples.
Eu levava as aulas sempre preparadas como para qualquer outra turma, mas raro era o dia em que a aula não terminava a falar-se deste ou daquele assunto social, de saúde, de civismo …
Quando me apercebi que nenhum deles (eram apenas 12) tinha projectos de futuro, aconselhei-me com alguém a quem sempre recorri em casos de dúvida e optei por ir introduzindo a matéria, mas encaixada no quotidiano deles, nas suas angústias e necessidades.
Por estranho que pareça, tive um trabalho muito maior, porque nunca lhes respondia ao acaso. Se sabia conscientemente falava, se não procurava esclarecer-me, documentar-me e posteriormente discutir os assuntos.
Sei que as aulas terminavam às 22h30min e nunca chegava a casa antes da meia noite, porque era solicitada para novas discussões.

14ª HISTÓRIA
Nesta segunda turma existia um aluno que era servente da construção civil.
Tinha talvez 17 ou 18 anos.
Vinha sempre numa motoreta e trazia um capacete vermelho.
As mesas na sala eram aos pares.
Ele sentava-se sempre na fila da frente e colocava o capacete sobre a mesa ao seu lado.
Era raro o dia em que não adormecesse por uns momentos.
Comecei por acordá-lo, mas quando verifiquei que ele tinha mesmo necessidade de passar um pouco “pelas brasas” fazia de conta que não via nada. Passados os tais 10 ou 15 minutos, acordava, dava um safanão no capacete e dizia: “Anda lá meu sorna … Julgas que te trago à escola para dormires? “.
Todos se riam, mas a aula continuava sem mais confusão.


15ª HISTÓRIA
Nessa mesma turma estavam dois namorados.
Um dia o rapaz começou a faltar e ela dizia que ele estava com uma grande fraqueza.
Perguntei-lhe por diversas vezes se já tinha consultado o médico, mas ela respondia que sim, mas que ele era muito teimoso e apenas estava a tomar um medicamento feito pela mãe, à base de ovos, açúcar, vinho e mel.
O que é certo é que ele não melhorava!
A dada altura marquei um teste.
No dia aprazado quando lá cheguei vieram pedir-me para adiar porque a Ana tinha faltado, pois o João morrera.
Eu fiquei em choque, mas os alunos estavam inconsoláveis.
Afinal ele apenas tinha uma “Leucemia Galopante”.

16ª HISTÓRIA
Este episódio surge na sequência do anterior.
Como não dei teste, aproveitei para chamar-lhes à atenção dos cuidados que era necessário ter com a saúde, com os excessos que se cometiam e com a vida desregrada que se levava muitas vezes na juventude.
Os jovens, dizia eu, pensam que são os donos da verdade e da vida e esquecem-se que muitas vezes a sua fragilidade é muito grande ….
Todos se manifestaram de uma forma ou de outra.
Todos contaram um ou outro caso, mas a dada altura um rapaz loiro, alto, muito bonito, que se mantinha nas aulas sempre atento e muito calado, levanta-se, completamente fora dele, começa a chorar e pede-me que o ajude.
Não sabia o que iria ouvir, por isso disponibilizei-me de imediato para o fazer, prometendo ficar com ele no final da aula.
Não, não Srª Drª, dia ele em soluços. Eu quero falar agora. Eu quero que todos saibam quem eu sou, do que preciso e quanto preciso de todos..
Claro que auscultei os colegas da sua disponibilidade em ouvi-lo e fi-los interiorizar que a partir desse momento ficaríamos todos por dentro de um segredo,de um problema, com o qual teríamos de conviver e se possível actuar. Perguntei ainda se algum preferia sair a assumir este compromisso.
Ninguém se mexeu!
Dei então a palavra ao Luís.
Entre soluços, revelou que era toxicodependente, que não era feliz com isso, que se estava a sentir-se cair num fosso sem retorno e que não tinha mais ninguém a quem recorrer.
Perguntei-lhe se não tinha pais.
Respondeu que sim, mas que o pai era demasiado severo e determinado e que nunca seria capaz de aceitar uma situação daquelas. O senhor era um técnico muito conceituado da RTP daí que funcionasse muito em função do pensamento dos outros e com vergonha. (Não podemos esquecer-nos que isto se passou há 30 anos).
A mãe, dizia ele, era uma “doce costureira” que em casa apenas olhava pelos filhos e pelo marido e ainda era incompreendida e maltratada por ele. “Não, não quero e não posso castigá-la mais”. Só aqui eu espero a ajuda, senão mato-me.

Se o ambiente já era pesado pela morte do outro aluno a partir de então fez-se um silêncio aterrador, cortado apenas pelos soluços dele que entretanto se sentara cobrindo a cara com as mãos.

Foram uns segundos pesados ...

Depois um, seguido de outro e mais outro … todos se aproximaram dele, deram-lhe um abraço e prometeram firmemente ajudá-lo.
Mas como ????

CONTINUA BREVEMENTE

quinta-feira, 12 de março de 2009

PRÉMIO BOA VIZINHANÇA


Recebi este prémio/desafio da amiga Joana (Desabafos d'Alma) a quem agradeço a consideração e o ter-se lembrado de mim.

As regras para a sua continuação são as seguintes:
1 - Dizer o nome da pessoa que enviou o prémio;
2 - Dizer 3 coisas boas e 3 coisas más sobre a minha vizinhança (ou sobre o local onde mora);
3 - Reencaminhar o prémio/desafio a três pessoas

As minhas três escolhas de boa vizinhança são:
- Nunca estarmos completamente sós, sem contudo termos que estar acompanhados
- Se os nossos últimos ovos estiverem estragados, não precisamos ficar com o bolo por terminar.
- Nãp precisamos comprar um cão, porque os cães dos vizinhos também nos defendem

As 3 coisas de má vizinhança:
- As empregadas partilham com facilidade a vida dos patrões
- O ruído das obras dos vizinhos passam a ser os nossos ruídos
- Aturar os ensaios de bateria do menino do lado.

Passo este desafio à Isabel (sletras); à Isabel (Artista Maldito) e à Teresa Ematejoca Azul

quarta-feira, 11 de março de 2009

13ª HISTÓRIA



Vou regressar à Escola Comercial Oliveira Martins - Porto, onde me encontrava na HISTÒRIA 11.
No fundo vou reencontrar-me com a minha aprendizagem inicial e com uma ânsia infinita de saber mais e fazer melhor.

Nesta escola aprendi muito.
Uma das minhas colegas de grupo, era uma “Senhora”,bastante mais velha que eu, considerada por todas as colegas e com um enorme traquejo no ensino: métodos pedagógicos, correcção de testes, avaliação, direcção de turma …. -

Eu gostava de ouvi-la e discutir as minhas dúvidas!

Não sei se por isso … a minha colega "adoptou-me" e ensinou-me tudo o que sabia.
Passámos no final do ano, muitas tardes e fins de semana a corrigir testes de exame, que ela fazia questão em confiar-me.
Eu corrigia-os, levava-lhos e ela revia-os.
Dava-me os parabéns quando tudo estava como devia ser, mas chamava-me a atenção quando algo eu não fazia devidamente e ensinava-me.

Aconteceu isto na 1ª chamada!
Na 2ª chamada entregou-me metade dos testes e disse-me: Caminha pelos teus pés, porque estás preparada.
Foi um grande empurrão na minha vida profissional, porque pela primeira vez senti o peso da responsabilidade confundido com uma enorme auto-confiança. Aprendi a partilhar e a fazer um verdadeiro trabalho de grupo.

Tenho pena de não fazer aqui uma referência directa ao nome desta colega, mas não consigo recordar-me.
Sei que morava perto da Arca d’’Água, num 3º ou 4º andar recuado.

Esteja ela onde estiver, rendo-lhe contudo a minha homenagem!

Não a esqueci!

Bem-Haja!

segunda-feira, 9 de março de 2009

SELO CRISTAL



Este selo foi-me carinhosamente oferecido peça Joaninha (Desabafos de Alma - http://rasgosdeumavida.blogspot.com/) e ofereço a todas as minhas amigas que se sintam transparentes como um verdadeiro cristal.



Não se esqueçam de ler a 12ª HISTÓRIA no post anterior.

domingo, 8 de março de 2009

12ª HISTÓRIA

E já vou na 12ª História real da minha vida enquanto professora.

Reparei ao relê-las, que até agora apenas recordei momentos positivos relativamente às minhas práticas. Posso com isto estar a dar uma imagem pouco real, porque ninguém acredita que durante uma vida profissional nunca se cometa um erro.

Por isso, esta 12ª HISTÓRIA, é muitíssimo mais recente - terá aí uns seis ou oito anos - e traduz um deslize meu, que felizmente não teve consequências, mas em relação ao qual me penalizo muitas vezes.

Então:

HISTÓRIA 12:

Era Presidente do Conselho Executivo há uns 5 ou 6 anos,de uma Escola E.B. 1,2 e Jardim de Infância, numa das mais complicadas escolas do Porto - um Território Educativo de Intervenção Prioritária - frequentado por crianças dos 3 aos 17 anos.
A população era maioritariamente de etnia cigana, africana e cabo-verdeana.
Tornava-se muito difícil, não apenas transmiir matéria, mas e sobretudo estimular os alunos e diminuir o abandono escolar.

Procurei de diversas formas motivar toda a Comunidade Educativa e sobretudo incutir-lhes confiança e empatia.

Foi um trabalho moroso, difícil, mas começava a dar frutos...

Tinha sido criado na escola o primeiro grupo de danças e cantares ciganos - Fogueira Viva - e por ele as crianças não faltavam e o seu comportamento e aproveitamento gradualmente tornaram-se mais positivos.

Porque as características do bairro eram mesmo muito peculiares, existiam outras organizações a trabalhar com crianças - não apenas da nossa escola, mas também outras que habitavam neste aglomerado populacional- oferecendo-lhes actividades lúdico-pedagógicas, na tentativa de os tirar da rua e alterar certos comportamentos.

Estabeleceu-se um intercâmbio e cumplicidade muito grandes entre a escola e estas organizações.

Um dia pensámos ...

E se para lhes aumentarmos a auto-estima propuséssemos à RTP, uma visita nossa à Praça da Alegria, com a apresentação dos vários grupos existentes?

Levámos para a frente o projecto e numa data aprazada ... lá fomos.

Aqui começa verdadeiramente a história.

Na mesma camioneta ia o grupo da escola (com 15 alunos) e outro grupo de outra organização social, que também tinha alguns alunos da escola. Cada um de nós responsabilizava-se pelas suas crianças.

Preparei tudo, enviei o pedido de autorização aos pais, dei a indicação dos horários e pedi aos funcionários que arranjassem para o lanche, 15 croissants com fiambre e 15pacotes de leite com chocolate para lhes dar no regresso.

Foi uma tarde (O programa não era em directo) muito divertida, os meninos portaram-se muito bem e estiveram interessadíssimos com tudo.
Quando terminou, viemos embora.

Coloquei-me à porta da camioneta e à medida que entravam eu ia dando o leite e o croissant. Dei os 15 saquinhos, que correspondiam aos 15 alunos que a escola tinha levado.

Depois entrou o outro grupo pelo qual eu já não era responsável.

Chegámos à escola sem incidentes. Os pais muito felizes esperavam-nos.
Despedi-me e regressei a casa.

No dia seguinte quando estacionei o carro, vi que um dos seguranças vinha na minha direcção e avisou-me que estava um pai muito irritado à minha espera.
Pediu-me que tivesse calma e tentasse agir com cuidado.

Eu estava a leste do que se tinha passado e como eram costume estas más disposições dos pais, entrei com o meu sorriso de sempre, mas logo o perdi porque o senhor caiu sobre mim como um cão enraivecido.
Com calma pedi que parasse e que tentasse explicar-me a razão daquela atitude.

Com a ajuda dos seguranças, estabeleceu-se um pouco a ordem e o senhor perguntou-me porque razão tinha deixado o filho dele no edifício da RTP.

Senti o chão a fugir-me sob os pés!

Eu, sempre tão cuidadosa... Como teria sido possível?

Naquela altura, nem procurei compreender, apenas pedi muita desculpa, mostrei-me muito envergonhada e depois de uns momentos de maior tensão,lá consegui que o pai saísse sem ressentimentos.

Acredito que se ele tivesse uma atitude mais violenta comigo eu teria que compreender porque realmente ERREI.

Faltava-me porém entender o que se tinha passado. Pois se eu até levei 15 croissants e distribui-os a todos à entrada da camioneta... como é que o alunos ficou lá dentro.

Depois de muitas voltas e perguntas conclui...

Realmente distribui os 15 croissants. Só que uma das crianças do outro grupo, que também era aluno da escola, quando viu eu dar o lanche aos meus, saiu do seu grupo e meteu-se no meu.
Claro que como eu o conhecia muito bem, nem reparei que não fazia parte do meu grupo.

O responsável do outro grupo quando os contou, efectivamente "os seus" estavam lá todos.

Portanto eu errei. Nunca deveria ter apenas contado os alunos, mas feito a chamada pelos nomes próprios.

Que vergonha!!!!

Jamais me esqueci deste incidente e se até aí tinha cuidado, a partir daí fui completamente intransigente comigo própria e com os alunos.

São os erros que nos fazem crescer, mas são os erros que nos fazem corar.

quarta-feira, 4 de março de 2009

10ª E 11ª HISTÓRIAS

Estas duas histórias referem-se à mesma turma que citei na 9ª história.
Lembram-se?
HISTÓRIA 10 -

Um dia ...
Estava eu a atravessar uma fase de grande esgotamento que me fazia por vezes perder o equilíbrio.

Mas, teimosinha como sou e fiel aos meus princípios...

Como nunca era costume dar as aulas sentada, para lhes poder imprimir uma dinâmica muito acentuada, passeava-me explicando a matéria, sobre o estrado (usava-se na altura) junto ao quadro, ou pelo meio dos alunos.

Num dos dias de maior cansaço, procedi como sempre. Levantei-me, entusiasmei-me com a matéria e fui-me aproximando das escadas do estrado.
A dada altura, não sei se pelo entusiasmo, se pela tontura, caí desamparada e vim bater com as mãos com toda a força na carteira do aluno que estava na minha frente e que calmamente tirava as suas notas.

Quando já no chão olhei para ele, o seu ar de espanto e até de medo provocou-me uma enorme vontade de rir, mas reparei que a turma estava como sempre num enorme silêncio.

Sei que ainda tive tempo de lhes dizer: Riam-se à vontade, porque eu também quero muito fazê-lo.

Claro está que se ouviu uma enorme gargalhada, que eu fui deixando de sentir porque desmaiei por momentos.

Quando acordei, lembro-me de 30 olhos esbugalhados sobre mim. Levantei-me e depois de recuperar um pouco, consegui rir-me, rir-me ….
Um dos alunos ainda disse: “Bolas, agora que temos uma que nos compreende …”.

Sosseguei-os.
Recompus-me e continuei a aula.
Creio que foi mais uma situação que estreitou a nossa relação e cumplicidade.

HISTÓRIA 11

Um dia os alunos saíram para o recreio. Eu fiquei na sala porque tinha aulas a seguir com eles e aproveitei para dar mais uma olhadela na matéria.
Tocou, os alunos entraram e reparei que um vinha muito branco e com ar de sofrimento.
Perguntei-lhe se estava bem, se precisava de alguma coisa.
Disse-me que não.
Momentos mais tarde, já no decorrer da aula, olhei para ele e vi-o deitado sobre o aluno do lado. Voltei a perguntar-lhe se queria ir lá fora com um colega.
Não me respondeu, mas o colega tentou olhar para ele e ao mexer-se sentiu-o cair sobre a carteira.
Parecia morto!
Aproximei-me logo e chamei o funcionário. Deitamo-lo no chão e quando o funcionário chegou ele estava um pouco recuperado e pode sair acompanhado.
Perguntei se alguém sabia o que lhe tinha acontecido.
Houve alguma troca de olhares, até que um, com bastante respeito e até amedrontado, disse que no intervalo o aluno tinha levado um pontapé nos órgãos genitais.
Expliquei-lhes a gravidade que uma situação destas podia acarretar, o cuidado que deviam ter e aproveitei para dar-lhes uma aula de cariz sexual e também de civismo.

Mas, o que me ficou desta passagem, foi a dignidade com que os alunos encararam o problema, sem risadas fortuitas, sem palavras indecorosas, procurando que eu não me apercebesse e não ficasse contrariada.

Muitos anos mais tarde encontrei dois gémeos desta turma que estavam a entrar para a Faculdade de Engenharia um e o outro para Economia.

Senti-me feliz, porque me cumprimentaram!

Tenho a certeza que o voto inicial de confiança que lhes dei, a atenção que lhes dispensei e a cumplicidade criada, os fez acreditar que ainda valia a pena tentarem ser melhores.
Os meus próprios colegas se admiraram.

Hoje passados 35 anos, julgo que o que me ajudou, foi a minha inexperiência e a vontade de evoluir pedagogica e tecnicamente por mim própria, sem a influência de terceiros.

Tive sorte!
Correu muito bem!

terça-feira, 3 de março de 2009

CHEGOU A HORA DA VERDADE!

Pois é!
Terminou o tempo para adivinhar a data do meu aniversário. Vou dizer-vos que ninguém acertou, embora alguém ficasse próximo (no final colocarei as respostas que me deram ).

Pois então a data correcta é
23 - 08 - 1944

Porquê?

Eu disse
:
1 - foi um dia memorável historicamente,sobretudo para Paris e para o povo Romeno

-As Forças Francesas do Interior (FFI) tomam o controlo de Paris.
-As forças aliadas desembarcadas no Sul de França capturam Grenoble e Marselha
-Os romenos, após um périodo de ocupação nazi, proclamam este dia como o da libertação

2 - lá longe ninguém morreu mais de asfixia com gás

-Dia 23 de agosto de 1944, é a última sessão de asfixia pelo gás em Aushwitz. ...

3 - é uma data muio escolhida, sobretudo no ME, para publicar decretos e despachos

Realmente há muitos despachos e decretos do ME publicados neste dia. Como é que sei?
Exactamente porque era o meu dia de anos e me chamava a atenção quando preparava o novo ano escolar.

4 - nunca gostei muito do dia dos meus anos, porque raramente encontrava amigos para festejar

Exactamente porque eram férias e não tinha a maioria dos meus amigos

5 - a soma se todos os algarismos que compoem a data (dia,mês e ano)é igual ao número que antigamente os médicos mandavam o doente dizer, enquanto o auscultava, menos 2.

2+3+8+1+9+4+4 = 31
Ou seja 33-2

6 - É um mês em que apenas se assinalam 2 Efemérides. Não há nenhum outro mês assim.
AGOSTO

Dia 9 – Dia Internacional as Populações Indígenas

Dia 15 – Festa da Assunção de Nossa Senhora


Verificar em http://www.cef.pt/alunos/20049f/efemerides.htm


Está ou não certo?

As respostas que me deram foram:

1 - ematejoca (1ª opção) - 7/5/45
2 - Tété ( 1ª opção) - 14/7/45
3 - ematejoca ( 2ª opção) - 10/2/45
4 - ematejoca ( 3ª opção) - 28/2/45
5 - Tété (1ª opção) - 3/9/45
6 - Tété ( 2ª opção) - 3/9/44
7 - Fátima André - 5/8/44
8 - Isabel (Artista Maldito) - 3/9/45
9 - Isabel (sletras) - 5/7/45
8 - Joana - 22/2/45
9 - Viviana - 22/9/44

As que acertaram no ano foram a 6,7 e 9
No mês acertou á 7
No dia NINGUÉM

Como eu disse que premiava a que mais se aproximasse calculei e verifiquei:
A 6 está a 11 dias de diferença
A 7 está a 18 dias de diferença
A 9 está a 30 dias de diferença

Logo ganhou a Tété.
Parabéns a todas pelo espírito jovem e pelo simples facto de concorrerem e ajudarem a animar este blog.

À Téte eu peço que me faculte o seu endereço para que lhe possa ser enviado o presente prometido, Se não quiser fazê-lo no blog poderá utilizar o meu e-mail expresso np meu blog.

Um abraço para todas
Licas

segunda-feira, 2 de março de 2009

SELO DA ARTISTA MALDITO



É com muita honra que aceito este selo, naõ apenas por vir de quem vem, mas exactamente porque no seu estado de espírito actual, ainda teve vontade de nos fazer algo de pessoal e carinhoso.
Obrigada Isabel!
Obrigada Artista Maldito!

Volte Sempre!

domingo, 1 de março de 2009

MAIS DOIS DIAS PARA O DESAFIO

Como se meteu o fim de semana vou dar mais dois dias para a resolução deste enigma.

Posso dizer-lhes que estão quase todas muito longe, embora uma esteja realmente muito pertinho.

Tentem de novo e boa semana.
Beijinhos
Licas