quarta-feira, 30 de abril de 2008

MAIS UM POUCO DE MIM ...


Tal como prometi numa das primeiras mensagens, vou contar-vos mais alguma coisa sobre mim para poder chegar aos dias de hoje.


Pois é! Entretanto tirei o Curso de Engª Técnica de Química e enveredei em 1975 oficialmente (Já leccionava particularmente há três ou quatro anos no ensino particular e de uma forma ocasional), pela carreira docente, que era aquela com que sempre sonhei, dado a empatia que mantinha e ainda hoje mantenho com crianças e jovens.


Antes porém casei e ao dar este passo alarguei efectivamente a minha família.

Sim, porque a partir de 1969, nunca mais a minha família e a do meu marido foram distintas.

Fundiram-se de tal modo e com tal cumplicidade e simpatia que podia dizer-se que sempre se conheceram.


Nós, eu e o meu marido encontrámo-nos 5 anos antes do casamento quando pertenciamos ao Orfeão Universitário do Porto. Foi um namoro comprido, mas entrecortado por 4 anos de tropa, em plena crise do ultramar. Felizmente que ele não saiu do continente, mas sofreu mesmo assim as agruras da vida de militar.


Muitas eram as cartas que iam e vinham por essa estradas fora (1 por dia, durante 4 anos ...)


Em 1971 tivemos o nosso primeiro e único filho, embora fosse nosso objectivo termos uma casa cheia.


A partir de então foi o educar esta criança e o cumprir de uma profissão que abracei com muito empenho e alegria.

Corri e saltei por muitas escolas do norte do país.

Todas elas diferentes não apenas na localização, como nos objectivos comuns, na forma de trabalhar, no convívio e partilha entre docentes e sobretudo nos alunos que encontrei.


Exerci muitos cargos dentro da instituição "escola".


Aderi a muitos projectos, alguns de alcance internacional, que me deram muitos conhecimentos científicos e me obrigaram a encarar o ensino de uma forma mais evoluida, ainda que muito mais exigente e trabalhosa.


Tirei posteriormente o Curso de "Ensino Especial" directamente ligado às "Crianças em Risco Sócio-Económico".

Foi extramente gratificante!

Aprendi muito e fiquei a compreender e a saber actuar com realidades muito pouco conhecidas.


Até que ... Chegou a aposentação.


Parecia que chegava a libertação, o descanso. Como me enganei!!!


Estou há três anos nesta situação, mas não consigo habituar-me à falta de convívio com os jovens e à falta de adrenalina.


Entretanto, o meu filho cresceu, licenciou-se, especializou-se no estrangeiro, casou-se, teve dois filhos.


Os nossos velhinhos, um a um, com maior ou menor sofrinto, também partiram. (Foram dez anos de sufoco, em que assistimos e zelámos por todos eles).


Juntando estas circunstâncias começou a desenhar-se nesta casa o

"SÍNDROMA DO NINHO VAZIO".


Época da vida muito desconfortável.


Parece que perdemos tudo e que já mais não temos a fazer neste mundo.


Mas havia que reagir...


Inscrevi-me então numa Escola de Artes Decorativas - Atelier Anabela Caldeira - onde aos poucos vou dando largas à minha imaginação e sobretudo ao stress.
(A imagem no início desta mensagem foi a minha 1ª criação)


Querem saber e ver um pouco mais?


Esperem por novas lá para 2ª feira.

terça-feira, 29 de abril de 2008

UM POUCO DE MIM


Estes são os primeiros passos como blogueira ...
Parece-me que terá interesse falar UM POUCO DE MIM...
Nasci, precisamente no dia em que a França se libertou do jugo alemão. Festejava-se na rua esta façanha e abria-se uma garrafa de champagne no 3º andar de uma casa, estilo Arte Nova, situada numa velha rua da Cidade do Porto.
Fui a 2ª filha do casal. O 1º era um rapaz que tinha na altura 9 anos.
Depois foi o evoluir normal de uma criança loirinha com grandes olhos azul céu.
Mas, 7 dias após o meu 1º aniversário, passei a ser filha única porque o meu irmão partiu para o céu. Deixou, como ele dizia a "sua inglezinha".
Felizmente não me apercebi muito bem deste momento, mas imagino-o com angústia.
Aos 5 anos fui para um colégio e blá blá .....
Aos 13 anos tive um novo irmão - Lindo, lindo de morrer.

Os meus pais fizeram-se a si próprios! Privilegiaram o trabalho e a família e construiram um mundo de afectos.
Talvez por isso a prioridade principal da minha vida seja a FAMÍLIA.
Há pouco contava um pouco de mim, mas interrompi para fazer este à parte, não só porque é uma forma de deixar a minha homenagem aos MEUS QUERIDOS PAIS, que fizeram de mim aquilo que sou, mas para que melhor valorizem a acção que passarei a descrever.
Quando tinha acabado de fazer doze anos, tive um acidente e fiquei entre a vida e morte perto de três meses. Os meus pais prometeram que, em agradecimento a Deus, caso me curasse, tomariam conta de uma criança.
Assim foi! Em Janeiro de 1957, entrava porta a dentro uma menina com 11 anos, orfã de mãe e que vivia na miséria numa das mais recônditas aldeias de Trás-os-Montes. Cresceu, educou-se e hoje é enfermeira e completamente independente. Isto aconteceu precisamente 9 meses antes de nascer o tal meu irmão lindo, lindo de morrer.
O tempo passou, numa vivência feliz, mas muito austera, onde todos os dias eram incutidas regras de civismo, educação, respeito por si próprio e pelos outros e ainda o sentido do dever e do trabalho.
Tivemos tudo, mas tudo conquistado pelo esforço.
Relembro com saudade esses tempos, ainda que recheados por vezes de castigos pelo dever não cumprido, mas cheio de ternura, de partilha, de diálogo em família, de convívios ...
Chegou a hora da entrada na faculdade ...
Para não ser fastidiosa, continuarei numa outra oportunidade.
(Peço que me ajudem a continuar esta caminhada, pois estou a fazê-la sózinha, sem nunca ter visto ou falado com alguém sobre blogues. Prometo aprender depressa ... Um abraço)
Licas

MENSAGEM DE BOAS-VINDAS


"As pessoas são solitárias porque constroem paredes em vez de pontes."

(Joseph F. Newton)



Porque não construir mais uma ponte na minha vida?
Uma vida já longa, que nunca foi solitária, mas que hoje, fruto da aposentação, poderá vir a sê-lo, caso não comece rapidamente esta nova construção. É minha intenção que este espaço despretensioso, seja pautado pela partilha racional, bem disposta, saudável, instrutiva e sobretudo humana. Procurarei transmitir alegrias e tristezas enquanto pessoa e sobretudo enquanto docente.
Calcorreei uma parte interessante do país, em épocas sócios políticas muito diferentes, convivendo com alunos e famílias dos mais variados extratos sociais e desempenhando na instituição escoladiversos papeis.
Acumulei por isso muita informação algo preciosa e que responde a muitas das interrogações actuais da sociedade portuguesa. Mas como uma ponte geralmente tem dois sentidos, espero receber muita coisa que me ajude a viver, me distraia e sobretudo me ensine. Aprender mais e mais sempre foi o meu lema.
Mostrar com humildade o que valho, o que não conheço, o que quero aprender e ainda o contributo que posso dar em prol de um mundo diferente, são os alicerces firmes que pretendo lançar com este blogue.
A ponte está inaugurada!
Convido-vos a atravessá-la com confiança e serenidade.
ATÉ SEMPRE!