sábado, 25 de outubro de 2008

O MENINO E OS BOIS




Esta é para mim uma das imagens que mais me tocou.
Numa visita de estudo com alunos da minha escola em que o tema eram os transporte, foi-nos dado contemplar esta doçura de criança que nos seus três anos e meio, já assumia as rédeas dos seus animais.
Deu a todos uma grande lição, que recordo emotivamente, 15 anos depois.
Publico-a, porque tive desde logo autorização dos pais para o fazer.
E por falar nisso ...
Nessa altura publiquei esta fotografia no Jornal de Notícias acompanhada de um poema para celebrar o Dia da Criança.
Na sequência disso, recebo uma carta de um senhor que se dizia escritor de contos infantis, que solicitava a cedência desta fotografia para ilustrar um livro que estaria a escrever.
Respondi ao senhor (depois de ponderar o assunto com as minhas colegas de escola), que sim senhor, desde que ele lhe atribuísse um valor pecuniário simbólico, que seria entregue à criança.
Resposta ...
"Não estou habituado a ter que pagar o que quer que seja. Tudo me é cedido".
Respondi, que provavelmente iria ter lucro com o livro e que esta criança tinha o direito de usufruir de uma parte, mesmo mínima, desse lucro, tanto mais que não tinha uma vida desafogada.

Ainda foi indelicado na nova resposta, mas continuo a achar que actuei como devia.
Hoje faria exactamente o mesmo.

ASSIM COMEÇA O DIA



1 de Outubro - 7h4min - No meu Paraíso sobre o Tâmega

O ARCO ÍRIS



Este foi um dia húmido no fim da Primavera 2008, no lindo lugar da AGRELA - ABRAGÂO - sobranceira ao Tâmega

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A IDADE DO VOSSO CÉREBRO

Hoje é a vez dos jogos!

Vou deixar-vos aqui este que achei muito interessantes e útil,para colocarmos a nossa massa cinzenta a funcionar.
Desde que o conheço que o repito pelo menos 2 vezes por semana, porque desenvolve a nossa atenção e concentração.
Dêm-me a vossa opinião.

Então aí vai ele:

Este jogo japonês vai mostrar pra vc se seu cérebro é mais jovem que vc ou mais velho que o resto do seu corpo!

Como jogar:



1. Tecle 'start'

2. Aguarde pelo 3, 2, 1.

3. Memorize a posição dos números e clique nos círculos, sempre do menor para o maior número.

Nota: Comece com o ZERO se ele estiver presente.

4. No final do jogo, o computador vai dizer a idade do seu cérebro!!!



Boa Sorte!



http://flashfabrica.com/f_learning/brain/brain.html


Divirtam-se

domingo, 19 de outubro de 2008

E PORQUE NÃO????

Olá
Há já muito tempo que não venho até vós, não por falta de tempo, mas porque não encontrei um tema que pusesse à vossa consideração.

Contudo recordo-vos que aqui ficou proposto desde Maio, para uma discussão entre nós, A FAMÍLIA - RFERÊNCIAS E VALORES.
Terminou a participação em fins de Setembro, aderindo apenas uma única amiga.
Compreendo os afazeres de todos, mas acho pena que não façamos um esforço por promover o diálogo alargado sobre temas actuais de tal modo que os saberes e experiências de cada um, contribuissem para uma aprendizagem profícua para todos.
A vida já é tão preenchida de futilidades que, parece-me interessante que cada um, perca uma parte do seu tempo a reflectir sobre o que vale a pena - Problemas comuns do dia a dia, desde temas sociais, económicos, de saúde ...
Não sou de acordo que, por mmuita cultura e preparação intelectual que se tenha, se use uma linguagem complicada, ou se tratem os assuntos de uma forma erudita ou demasiadamente profunda, o que não serviria decerto a todos, mas pelo contrário que cada um simplesmente FALE e PARTILHE.
De novo fico à espera de mais sugestões para que realmente iniciemos os nossos diálogos.

E por falar nisso ... Vou aqui colocar a preocupação de uns pais, que não sabem o que fazer. Se alguém puder dar uma ajuda agradeço.

Estes pais têm uma criança actualmente com 6 anos, que pura e simplesmente não come. Já foi observada por médicos especialistas de várias áreas, que não conseguem descobrir o que se passa. A criança pesa cerca de 8 Kg.

O pouco que souberem sobre o assunto ... será muito para esta família.
Bom fim de semana
Licas

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

ATESTADO MÉDICO ...!

Leiam este texto escrito por um professor de filosofia, que eu não conheço, mas que referenciaram como alguém que escreve semanalmente para o jornal O Torrejano.

Leiam o que este professor escreveu e julgo que concluem ser tudo tristemente verdadeiro...

O ATESTADO MÉDICO
por José Ricardo Costa


Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter
de fazer uma vigilância.
Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no
elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente,
pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.
Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta.
Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada,
por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la?
Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar
preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala
do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado
médico.
Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do
atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença
poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir
deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser
hilariante.
Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso
de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do
padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser
explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os
mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi
ou o sucesso da TVI.
O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente.
O
presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional
sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está
doente.
O próprio legislador, que manda a um p rofessor que fica preso no elevador
apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.
Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca,
do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.
Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.
Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil
e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos
de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira
várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia
uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma
predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois
de termos chorado baba e ranho a ver o 'ET', que este é um boneco e que
temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em
Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma
produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso Henriques, que Deus me
perdoe.
A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos.
Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados. Aliás, em Portugal
é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que
significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num
ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá
levar a mal.
Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a
nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a
nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei
que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei.
Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que
assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não
falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e
com vidas de sonho.
Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao
fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos
fingir que aquilo é tudo verdade.
Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e
culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos
malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a
Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias,
temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado,
entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com
chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas.
Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o
mundo.
Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar
preso no elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa,
antes que comece a vomitar sobre si próprio.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

7 de Outubro

7 de Outubro

Antigamente denominado Dia Nacional das Lamentações.
Sabem porquê?

Era a 7 de Outubro que invariavelmente abriam oficialmente as escolas em todo o País.

As crianças mais pequeninas, sobretudo as que largavam pela 1ª vez as saias da mamã, deixavam rolar pelos seus rostinhos esbranquiçados peço receio, grossas gotas de água.
As mãozitas com dificuldade se soltavam, daquelas que por demais lhes eram familiares e as pernitas não andavam para a frente, mas fincavam-se ao chão, fazendo força no sentido contrário à entrada.

Ainda me lembro, ainda que vagamente desse dia...
Tinha 5 anos, 1 mês e 10 dias.
Com a minha bata preta, colarinho branco e cinto vermelho, entrei, chorei, chorei muito, mas depois até cantei.
A "mademoiselle" assim se chamava então à educadora, sentou-nos e perguntou se alguém conhecia uma canção para ensinar aos outros meninos.
Os menos sufocados pelo choro começaram e eu, ainda a soluçar disse que também queria cantar a "Chiquita Bacana". E ... cantei!
As lágrimas desapareceram e fiquei a gostar muito, mesmo muito do meu colégio.
Fiz lá o meu percurso até aos 17 anos.
Houveram momentos bons, outros nem tanto, sentiram-se justiças e injustiças, momentos de ternura e outros de alguma agressividade e incompreensão, mas ficaram as referências e valores que nos foram incutidos como complemento aos que levávamos de casa.

Ainda hoje, colegas e amigas desse tempo, nos reconhecemos, nos encontramos por vezes e sobretudo guardamos essa magia da nossa juventude.
É uma recordação que quiz partilhar convosco, pois sei que muitos de vós irão recordar também a "sua primeira vez".

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

HOMENAGEM AOS MEUS COLEGAS PROFESSORES.

HOJE É O DIA DO PROFESSOR!

Cada dia que passa, um maior número de vozes se levanta contra a educação e os educadores e também muitos educadores reclamam justiça e compreensão para a sua profissão.
Se com calma e ponderação analisarmos cada um dos lados do debate, se calhar poderemos até concluir que dos dois há pontinhas de razão. Mas, atrevo-me a dizer que ninguém pode e quer mudar se sentir invadido o seu espaço e a sua dignidade. E convenhamos que O PROFESSOR, passou a ser persona non grata neste nosso pequenino rectângulo à beira mar plantado.
O PROFESSOR está triste e desmotivado!
Não pelo facto de se mexer nos horários, ou nas progressões ou títulos.
Não por ter que ser avaliado
Não por ter mais trabalho burocrático
Mas sim, pela forma como tudo tem sido imposto e organizado desorganizadamente, em completo desrespeito pela identidade de cada um e até mesmo daqueles que ele tem que educar.
Exige-se igualdade de comportamentos e de acções, quer seja numa escola pequena ou grande, num pequeno centro ou numa cidade,num meio conturbado ou num local tranquilo, numa escola púlica ou privada.
Como é possível?

Como pode um professor ser avaliado em relação à taxa de sucesso dos alunos? e às faltas que os mesmos dão?

Muito gostava de ver algumas das pessoas que "impõem regras" a trabalhar num local cuja população é maioritariamente de etnia cigana por exemplo, que pouco se importa se os filhos vão ou não à escola, se os livros e material escolar entregues no início do ano, estão às vezes uma hora depois a ser vendidos...

Sim, isto passa-se em certas escolas portuguesas.
Quantas vezes, professores e funcionários vão nestes locais buscar os meninos a casa para evitar que faltem, alheios às atitudes menos correctas, aos insultos e por vezes às agrssões ...

Quantas vezes nestes locais se inventam técnicas pedagógicas (naquele contexto), para se conseguir "atrair" o aluno à escola e permitir-lhe que saia preparado para enfrentar pelo menos a vida diária que os espera. Sim porque, perspectivas de futuro e acreditar que ele existe é um conceito a maior parte das vezes inexistente.

Há, como noutra profissão, professores que o não são na realidade, mas creio que à grande maioria deve-se respeito e carinho. Muito se devia fazer, sem deixar de exigir, para que eles se sentissem bem, realizados e com vontade de fazerem mais e melhor.

Para todos o meu abraço de amizade e aos que estão do "outro lado da corda", lembro que não é pelo descrédito que se vai construir a escola e formar os Homens de amanhã.

Para amenizar e em forma de amizade deixo este vídeo carinhoso:

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

HOMENAGEM NO DIA DO IDOSO




Hoje parei para pensar um pouco …

Quando chega a Primavera, as árvores enchem-se de flores, os passarinhos chilream com alegria, abrem-se as janelas das casas e arejam-se os vestuários mais frescos.
Por todo o lado cheira a novo, a fresco, a alegria.

Se entramos numa maternidade, encontramos as paredes brancas ou pintadas de cores suaves e calmas, sobre as mesas jarras com flores campestres ou mais sofisticadas, nas portas dependurados, laços ou botinhas, ora rosa ora azuis, levando-nos a bendizer a chegada da Primavera da Vida, a cada um daqueles espaços.

O tempo passa!

Chega o Outono!
As árvores amarelecem, sem contudo perderem a sua beleza. Os aromas mais quentes lembram-nos os dias invernosos que se aproximam. Junto das lareiras amontoam-se as achas que amanhã aquecerão todos os lares. As pessoas, regressadas das suas férias de verão, deslocam-se rapidamente de um lado para o outro adaptando-se a esta nova estação. Raios, trovões e alguns chuviscos, escurecem por vezes os nossos dias. As roupas mais quentes e escuras saem dos armários.
A melancolia chega, o desânimo toma conta de nós.
Não fora a certeza de que dali a uns tempos o sol voltará, as árvores encher-se-ão de flores e os passarinhos voltarão a cantar e a nossa vida deixaria de ter sentido

Mas entramos num lar de idosos …
O Outono da Vida chegou.
As pernas fraquejam
A audição escasseia
As conversas muitas vezes sem sentido
As vozes ... longínquas, como longe por vezes os filhos, netos e amigos
Só se vêm “folhas” amarelecidas e desgastadas pelo tempo, quase sempre de árvores difrentes.
Os sons são distantes e confusos...
O frio por vezes, difícil de superar...
E contudo a certeza de que a Primavera da Vida jamais chegará.

Este pensamento faz-me parar e pensar.
Não estará em cada um de nós a capacidade de tornar este “Outono” menos sombrio, mais quente e com sentido?

O idoso é a nossa jóia mais rara.
Foi dele que nascemos e com ele aprendemos a viver
Ele é o nosso suporte e a garantia de que ainda somos um pouco crianças

Quando perdemos o último dos nossos idosos
Nesse dia ... quer tenhamos 30, 40 ou 60 anos passamos a ser idosos também
E ... filho és pai serás, o que fizeres encontrarás.

Neste dia INTERNACIONAL DO IDOSO, mudemos.

Façamos de cada um deles a nossa relíquia.
Deixemo-lo sorrir e bendizer os seus dias.
Bebamos as suas experiências
Alegremo-nos com a sua presença.
Aqueçamo-nos no seu abraço
E num beijo muito terno digamos-lhe ao ouvido:
OBRIGADA POR ESTAR AQUI.