terça-feira, 29 de abril de 2008

UM POUCO DE MIM


Estes são os primeiros passos como blogueira ...
Parece-me que terá interesse falar UM POUCO DE MIM...
Nasci, precisamente no dia em que a França se libertou do jugo alemão. Festejava-se na rua esta façanha e abria-se uma garrafa de champagne no 3º andar de uma casa, estilo Arte Nova, situada numa velha rua da Cidade do Porto.
Fui a 2ª filha do casal. O 1º era um rapaz que tinha na altura 9 anos.
Depois foi o evoluir normal de uma criança loirinha com grandes olhos azul céu.
Mas, 7 dias após o meu 1º aniversário, passei a ser filha única porque o meu irmão partiu para o céu. Deixou, como ele dizia a "sua inglezinha".
Felizmente não me apercebi muito bem deste momento, mas imagino-o com angústia.
Aos 5 anos fui para um colégio e blá blá .....
Aos 13 anos tive um novo irmão - Lindo, lindo de morrer.

Os meus pais fizeram-se a si próprios! Privilegiaram o trabalho e a família e construiram um mundo de afectos.
Talvez por isso a prioridade principal da minha vida seja a FAMÍLIA.
Há pouco contava um pouco de mim, mas interrompi para fazer este à parte, não só porque é uma forma de deixar a minha homenagem aos MEUS QUERIDOS PAIS, que fizeram de mim aquilo que sou, mas para que melhor valorizem a acção que passarei a descrever.
Quando tinha acabado de fazer doze anos, tive um acidente e fiquei entre a vida e morte perto de três meses. Os meus pais prometeram que, em agradecimento a Deus, caso me curasse, tomariam conta de uma criança.
Assim foi! Em Janeiro de 1957, entrava porta a dentro uma menina com 11 anos, orfã de mãe e que vivia na miséria numa das mais recônditas aldeias de Trás-os-Montes. Cresceu, educou-se e hoje é enfermeira e completamente independente. Isto aconteceu precisamente 9 meses antes de nascer o tal meu irmão lindo, lindo de morrer.
O tempo passou, numa vivência feliz, mas muito austera, onde todos os dias eram incutidas regras de civismo, educação, respeito por si próprio e pelos outros e ainda o sentido do dever e do trabalho.
Tivemos tudo, mas tudo conquistado pelo esforço.
Relembro com saudade esses tempos, ainda que recheados por vezes de castigos pelo dever não cumprido, mas cheio de ternura, de partilha, de diálogo em família, de convívios ...
Chegou a hora da entrada na faculdade ...
Para não ser fastidiosa, continuarei numa outra oportunidade.
(Peço que me ajudem a continuar esta caminhada, pois estou a fazê-la sózinha, sem nunca ter visto ou falado com alguém sobre blogues. Prometo aprender depressa ... Um abraço)
Licas

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada por me ter levado a outros tempos. De certeza que os seus Pais e o seu Irmão mais velho de vez em quando passeiam por esta ponte, a Ponte que a Licas criou, para ver o que há de cada lado. E de certeza que acompanham Aquela que tenta manter a Ponte atravessável. Felicidades.