sexta-feira, 19 de março de 2010

A TODOS OS PAIS


Ser pai é, acima de tudo, não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura
intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.

Ser pai é aprender, errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.
Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho,fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.

Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo.
É agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam,para que consigam descobrir os próprios caminhos.

Ser pai é saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir.
Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia,jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói.

Ser pai é ser bom sem ser fraco.
É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição,
o seu lado fraco, desvalido e órfão.

Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar,e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida.

Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.

Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho,sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância do seu filho, exemplo na sua juventude e amizade na idade adulta.
É saber brincar e zangar-se.
É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.

Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.

Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já não necessita dele para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.
(autor desconhecido)


Assim foi o meu Pai.
Lembro-me dele com muita saudade, carinho e gratidão

Obrigada Pai!

4 comentários:

ematejoca disse...

O meu comentário desapareceu!!!

Volto mais logo.

Tite disse...

Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já não necessita dele para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.


LINDO!!!!!

O meu não foi assim mas é como se fosse. Foi o MEU PAI!

ematejoca disse...

Aqui o Dia do Pai é em Junho!

Não conheci o meu pai. Ele morreu, quando eu tinha apenas 5 meses.
A minha mãe tornou a casar tinha eu 8 anos. O meu padrasto a quem eu chamava pai, contra a vontade da minha mãe, foi para mim um verdadeiro pai.

O meu marido é um pai muito melhor do que eu sou mãe - para o meu marido SÓ existe a FAMÍLIA!!!

Maria de Fátima disse...

Bonito poema.

Indico o endereço http://mensagensepoemas.uol.com.br/dia-dos-pais/ser-pai-4.html