Era uma Noite de Natal fria e estrelada..
Num prédio arte nova, numa das antigas ruas do Porto, uma criança vivia cada minuto mágico, onde tudo e todos pareciam ter sido vestidos de luz e cor.
Era a azáfama costumada…
Um vaivém entre a cozinha e a sala.
Da mesa levantavam-se os pratos do bacalhau e as travessas com os pedaços que no dia seguinte se converteriam em farrapo velho.
Mas a mesa com a toalha de festa, parecia pedir para não ficar vazia e, como por encanto, de novo se encheu de rabanadas, aletria, sonhos, bolo rei e tantas outras iguarias das quais sobressaia o cheireinho a canela.
Mas a criança, saltava de um lado para o outro …
Não era bem disto que esperava.
Chegava-se junto dos Pais e perguntava:
- Ainda falta muito?
Ela esperava o Pai Natal velhinho que lhe iria provar se durante o ano se portou bem ou mal.
- Papá, eu portei-me bem, não portei?
- E a Mamã acha que sim?
- O Pai Natal tem força para trazer tudo, a todos os meninos?
- E eu vou vê-lo?
- Vá lá! Comam depressa que ele deve estar a chegar.
O Pai levantou-se, pegou na criança ao colo e abeirou-se da janela.
A rua estava deserta e silenciosa.
Nas outras casas luziam alguns pinheiros de Natal.
No céu escuro, aninhavam-se as estrelas, que pareciam brilhar mais do que nos outros dias.
- Vês aquela estrela ali? Perguntou o Pai
Sim, a menina via, não uma, mas muitas estrelinhas, que tremelicavam no céu.
- Qual Papá?
- Aquela ali maior e com mais luz.
Sim, a menina via aquela estrela e conseguiu no seu imaginário ampliá-la, para que lá coubesse o Pai Natal, as renas e os brinquedos, como o Pai lhe dizia.
Nunca mais despregou os olhitos daquela luz… E quanta luz dela emanava.
Bastou porém um ruído no interior da casa…
De imediato deixou de ver a estrela maior e acreditou que afinal o Pai Natal tinha chegado e descido pela chaminé.
A criança correu tão excitada quanto incrédula.
Viu os presentes no chão e com as lágrimas a correrem-lhe pela face, garantia ainda ter visto os pés do Pai Natal.
Ela não mentia!
Apenas acreditava no seu sonho.
Esta imagem perdurou no tempo…
Os anos passaram-se
Os cabelos embranqueceram
A vista cansada ainda reconhece a tal estrela grande e luminosa onde se escondia o velhinho das barbas e as renas envelhecidas, .mas a menina/mulher, agora só consegue fazê-lo através dos olhitos dos seus netos,
Para ela existem sim, talvez com mais brilho ainda, outras estrelas que todas as noites a iluminam e a quem dirige a última palavra do dia
Nessas estrelas moram aqueles que a amaram e que fizeram dos seus natais de criança, verdadeiras
noites de magia.
Boa Noite Mãe!
Boa Noite Pai!
Este é o nosso Natal.
4 comentários:
Olá Isabel
Lindo...lindo o seu texto-história!
Até acho que consigo adivinhar o nome da menina!
Bom Natal, querida amiga!
Que a tal luzinha brilhe sempre!
Beijinhos com carinho
Cassilda
Como é do Baú da recordações provavelmente, não é difícil de adivinhar quem seria a personagem.
Bonitas histórias que todos nós teremos se pusermos a cabeça a funcionar e nos recordarmos do que já passou masque fica sempre dentro de nós.
Beijinhos~
Isabel
Que bela e comovente história de Natal.
Ao le-la fiquei a menina de outrora, que viveu um Natal identico.
Saudacoes natalícias.
Olá licas
Eu sei que ando um pouco triste mas isto tem motivo as coisas não me tem corrido bem e como diz o luís eu tenho tendência em fazer asneira porque penso em demasiado =(
Ainda não fiz novo comentário no blog porque não tenho tido net e o tempo tem sido apertado… hoje é o jantar de turma, ou melhor, jantar de natal.
Espero ter um sorriso uma cara de alegria ao menos isso peço.
Há alturas da vida em que tudo parece ser caótico, no entanto, parece que ninguém vê que te afundas que vai abaixo…
Oh licas eu quando ando bem parece que vem sempre algo que me deita a baixo.
Ultimamente até a croma da minha irmã deu para embirra comigo que cena.. que mal é que eu fiz a deus! =(
Bjs boa noite qualquer coisa já sabes ando sempre no meu telemóvel
bjs
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